Categoria: Martinho Lutero
Imagem: Martinho Lutero e suas 95 teses contra a venda de indulgências. - Muito Curioso
Publicado: 08 de Fevereiro de 2015, Domingo, 20h57
Introdução
O ponto decisivo da Reforma Protestante e da doutrina da igreja em geral, foi a experiência de um monge agostiniano em cela monástica – Martinho Lutero. Pois não apenas ensinou doutrinas diferentes, outros já o haviam feito, como Wyclif e Hus, mas nenhum destes precursores da Reforma contra o sistema papado conseguiu a sua meta. O único homem que conseguiu romper com o catolicismo romano e transformou o mundo inteiro, foi Lutero[1]. Isso se deu em sua ênfase doutrinária. Justificação somente pela fé em Cristo foi um divisor das águas entre igreja católica romana e a igreja protestante ou evangélica. Ou seja, o protestantismo nasceu da luta pela doutrina da justificação pela fé somente. Segundo Lutero, essa não era meramente uma doutrina entre demais, mas o “resumo da toda doutrina cristã”, o artigo pelo qual a igreja se mantém ou cai[2]. Em 1537, Lutero vigorou este artigo, onde afirma “nada neste artigo pode ser abandonado ou atingido, mesmo no céu e na terra, e as coisas temporais devem ser destruídas”. Porém, ele estava ciente de que essa doutrina era rara de ser mantida e que poucas pessoas estavam aptas a ensiná-la fielmente.
É curioso saber que, o ódio do reformador Martinho Lutero, não estava na pessoa do Papa, mas apenas o conteúdo do que estava sendo propagado superficialmente sem nenhum compromisso com o evangelho. Nota-se bem como Lutero afirma em sua obra Explanações das Noventa e Cinco Teses, na qual mostrou a luta interna pela qual estava passando, tentando se apegar à tradicional doutrina católica acerca da supremacia papal e o poder das chaves; pois Lutero percebeu a existente do sistema papado na prática, raramente era conciliável com o evangelho da graça[3]:
Eu não posso negar que tudo o que papa faz deve ser suportado, mas me entristece que eu não possa provar que o que ele faz é o melhor. Embora, se eu fosse discutir a intenção do papa, sem me envolver com sua prestação de serviço mercenária, eu diria, brevemente e com confiança, que se deve assumir o melhor sobre ele. A igreja necessita de uma reforma, que não é o trabalho de um homem, a saber, o papa, ou de muitos homens, a saber, os cardeais, o que o mais recente concílio demonstrou, mas é o melhor de todo o mundo, de fato, é trabalho de Deus somente. Entretanto, somente Deus, que criou o tempo, sabe o tempo para esta reforma. Nesse meio tempo, não podemos negar tais erros manifestos. O poder das chaves é abusado e escravizado pela cobiça e ambição.
A expectativa de Lutero em sua obra Explanações enviada ao então papa Leão, com um espírito da humildade de pedir desculpas, seria o término da questão. Ele não sabia que por esse momento, o papa e sua corte decidira condená-lo e excomungá-lo. Felizmente a agenda não foi concretizada, no momento, e foi adiada por causa de agitações políticas vigentes entre a igreja e o sacro Império Romano. Entretanto, era urgente eleger um imperador que sucederia Maximiliano; o candidato mais forte era o Rei Carlos I, da Espanha – mais tarde foi batizado com o nome de Carlos V – porém sua eleição fosse uma catástrofe para a política do papa Leão[4]. Em 1519, em um debate em Leipzip com João Eck von Ingolstadt, Lutero foi conduzido pelo ardiloso a declarar que a supremacia da Bíblia é superior à do Papa e dos concílios, e que esses últimos tinham errado. Eck o acusou de ser o discípulo de João Hus.
Em 1520, Lutero publicou três obras importantes para sua vida reformada, tratam se de: A Liberdade de um Cristão, Discurso à Nobreza Germânica e O cativeiro Babilônico da Igreja. Segundo Gonzalez[5], Lutero endereçou a obra ao papa Leão junto a uma magna carta reconciliadora na qual ele reivindicava que Leão era como “um cordeiro no meio dos lobos”, ou “Daniel entre a cova dos leões”. Tendo um espírito de conciliador, em nome da liberdade cristã, Lutero explica seu entendimento fundamental da vida cristã e as outras duas obras, entretanto, o guiaram ainda mais longe da igreja romana[6].
Martinho Lutero
Martinho Lutero, sem dúvida alguma foi o mais importante teólogo cristão do século 16, e um dos pensadores cristãos mais pesados na tradição evangélica. De modo que, merece uma breve descrição bibliográfica, para que possa saber de fato quem era ele. Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, na Alemanha; seu pai camponês e minerador de cobre, que queria que o seu filho fizesse a Faculdade de Direito. Conforme registra Heikon Oberman apud Piper[7] “Não existe quase nenhuma informação sobre os primeiros 18 anos que guiaram Lutero à Universidade de Erfurt”. O preparo religioso de Lutero teve como base aquela piedade simples da família alemã na Idade Medieval. Na sua infância até a idade adulta, foi radicalmente piedoso, mas sem exageros, mostrando alegria de viver. Segundo Nichols,[8] Lutero obedeceu ao pedido de seu pai e, aos dezoito anos, ingressou na mais famosa Universidade alemã, a de Erfurt, com o propósito, como era o desejo do seu pai, de estudar Direito. Durou quatro anos nos estudos preliminares da sua futura carreira profissional, aprofundando-se na filosofia medieval, a profissão que não foi exercida devido a sua vocação monástica.
Em 1501, nesta Universidade, iniciou a estudar filosofia de Aristóteles sob a influência de professores que seguiram as teorias nominalistas de Guilherme de Ocam. Ocam ensinava que a revelação era o único meio no campo da fé, mas a razão era o guia absoluto da filosofia. Nestes estudos filosóficos o convenceram-no da necessidade da intervenção divina para que o homem alcançasse a razão espiritual e se salvasse. Em 1502, ele recebeu o seu grau de bacharel em artes e, em 1505, o de mestre em artes[9]. No dia 2 de julho de 1505, aconteceu uma experiência com Lutero parecida à de Paulo em Damasco, a caminho de casa, vindo da Universidade Erfurt, no qual foi atingido num temporal e derrubado no chão por um relâmpago e gritou: “Ajude-me, santa Ana, virei um monge”. Ele tinha medo de morrer e ser lançado no inferno, porque não tinha ainda certeza da sua salvação. Isso lhe fez escolher segunda via, ir para o mosteiro agostiniano. Duas semanas mais tarde, mesmo com tristeza do pai, Lutero honrou o seu voto.
Em 17 de julho de 1505, bateu no portão dos eremitas agostinianos em Erfurt e pediu ao chefe do convento para aceitá-lo na ordem. Mais tarde, confessou que essa decisão fora um pecado vergonhoso, pois havia sido tomada contra a vontade de seu pai e por medo de morrer e ser lançando no Inferno, Nichols nos registra a situação de Lutero antes de se tornar o reformador[10]:
Antes de se revelar como reformador, Lutero teve uma vida muito agitada. Entrou no mosteiro em 1505, foi ordenado em 1507, em 1508 foi a Wittenberg, em 1509 a Erfurt, em 1511 foi convidado para ensinar na Universidade de Wittenberg, cidade em que residiu daí por diante. No verão de 1511, a negócios de sua Ordem, fez uma visita a Roma, visita que tem sido muito mal entendida. Rezou em muitas igrejas e lugares sagrados de santos e de mártires. Viu muitas relíquias e ouviu muitas histórias dos seus poderes milagreiros. Para livrar seu pai do purgatório subiu de joelhos a Scala Sancta, a escala que se diz ter sido trazida da casa de Pilatos, repetindo em cada degrau, o Pai Nosso. Ao chegar ao topo surgiu-lhe uma pergunta: “Quem sabe se tudo isto é verdade?” Mas isso logo passou, apesar de escandalizado com muita coisa que vira em Roma. Não obstante, sua fé na igreja não sofreu arrefecimento. Voltou ao mosteiro e ao seu ensino. Em 1512, tornou-se doutor em teologia em Wittenberg. Depois ele próprio confessou, que a esse tempo era ainda ignorante do Evangelho.
Nesta visita de Lutero a Roma via ali uma fé mecânica e daí fazia tudo para obtê-la “subiu a escala de Pilatos, em que Cristo supostamente caminhou. Lutero orava e beijava degrau à medida que prosseguia […]”, contudo suas dúvidas ainda fervilhavam; poucos anos depois voltou para Wittenberg onde terminou o seu doutorado em 1512[11]. Nota-se que o que Lutero fazia em sua época estava em base da sua educação paterna e tradição da igreja romana e tendo o estilo medieval como o único guia da segurança da salvação. No período patrisco, a vida monástica era tida com evidência da força própria no que se refere a matéria da salvação, levando em conta, as renúncias dos bens, isolamento do mundo e viver mais perto de Deus. Lutero, na verdade era um candidato de primeira mão que poderia passar neste critério humano e sem necessariamente saber do quão valor e significado da morte expiratória de Cristo à humanidade.
Mais tarde foi nomeado para a cadeira de teologia e filosofia de Wittenberg, que se achava vaga. A nomeação foi feita por Staupitz, vigário geral da ordem agostiniana de Saxônia, por conselho de Frederico, o sábio, Eleitor de Hanover. Lutero era agora até um certo ponto senhor de seu tempo, e podia dedicar-se ao estudo da Bíblia. A solidão da sua cela era muito convincente para esse fim, e ele estudava com um zelo pouco vulgar. Fazia esforços extraordinários para reformar o seu modo de viver, e para expiar o passado por meio de orações e penitências, e foram muitos os votos que ele fez para se abster do pecado, mas estes esforços nunca o satisfizeram, e quebrava sempre os seus votos. “E em vão”, dizia Lutero tristemente a Staupitz, “que eu faço tantas promessas a Deus: o pecado é sempre o mais forte”. Staupitz discutia brandamente com ele, e falava-lhe de amor de Deus e que Deus não estava zangado com ele, como Lutero suponha; mas o monge continuava desconsolado. “Como posso eu ousar crer na graça de Deus”, dizia ele “se é certo que ainda não se operou em mim uma conversão? Preciso necessariamente mudar de vida para ser aceito por Ele”.
A sua ansiedade tornou-se mais profunda do que nunca, e os seus esforços para apaziguar a justiça divina continuavam com um zelo incansável. “Eu era na realidade um monge piedoso”, escreveu anos depois, “seguia os preceitos da minha ordem com mais rigor do que posso exprimir. Se fosse possível a um monge obter o Céu por suas obras monacais eu era, certamente um dos que tinha direito a isso. Todos os frades que me conheceram podem ser testemunhas. Se tivesse continuado por muito mais tempo as minhas penitências ter-me-iam levado à morte, a força de vigílias, orações, leituras e outros trabalhos[12].
Com toda piedade do monge agostiniano, Martinho Lutero, mesmo assim, não conseguia dar-lhe descanso o qual estava em busca. Pois essa verdade foi alcançada quando teve um encontro com a palavra de Deus, e daí foi achado pela justiça divina presente nas Santas Escrituras.
Lutero e a Epístola aos Romanos
Torna-se difícil negar que a experiência de Paulo não era parecida a de Lutero. Paulo julgava que estava certo em busca da sua vida impecável diante dos preceitos que ali rodeavam “quando ao zelo perseguia a igreja, quanto à justiça que há na lei, eu era irrepreensível”[13]. Mais diante deixou claro que não foi convertido mediante este cumprimento fervoroso mas “a ser achado nele, não tendo por minha justiça que procede da lei, mas sim a que procede da fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé”[14]. E Lutero se achava impecável em seus esforços de cumprir na íntegra toda exigência monástica, contudo consciente de que diante de Deus nada era. A genuína conversão de Lutero se deu quando começou ensinar disciplinas relacionadas às Escrituras. Em 1515 iniciou a lecionar sobre carta de Paulo aos Romanos, onde a sua alma foi consumida pelas palavras de Paulo.
Lutero podia explicar como se achava diante dos homens “Minha situação era que, apesar de ser um monge impecável, eu me punha diante de Deus como um pecador perturbado por minha consciência e não tinha confiança de que meus méritos poderiam satisfazê-lo”. Entretanto, consciente da limitação dos méritos humanos perante o Todo Criador, lhe fez voltar meditar na Bíblia, particularmente na Epístola aos Romanos, com vista de conseguir uma resposta sólida na qual pudesse acalmar duma vez para toda a sua alma:
Noite e dia eu ponderava, até que via conexão entre a justiça de Deus e a afirmação de que ‘o justo viverá pela sua fé’. Então, entendi que a justiça de Deus é a retidão pela qual a graça e a absoluta misericórdia de Deus nos justificam pela fé. Em razão desta descoberta, senti que renascera e entrara pelas portas abertas do paraíso. Toda Escritura passou a ter um novo significado […] esta passagem de Paulo tornou-se para mim, o portão para o Céu[15].
Quando Lutero descobriu a justiça de Deus em Rm 1.17 “o justo viverá pela sua fé”, foi ali que o monge lançou de fora todas as suas vestiduras das obras meritórias e rendendo assim a graça salvadora mediante a fé somente em Jesus Cristo.
É curioso saber que o contexto pelo qual Lutero descobriu esta doutrina salvífica somente em Cristo, e não pelas obras. Foi convocado a lecionar na Universidade de Wittenberg, a cidade em que residiu daí em diante. Este convite era uma estratégia da autoridade eclesiástica do sistema papado, no sentido de tapar a voz do Lutero contra as autoridades exploratórias dos pobres, as quais eram compostas pelas classes altas e médias da igreja Romana. Contudo, foi nesta Universidade que Lutero encontrou com a verdade acerca da graça divina para com os pecados na literatura de Bernardo de Claraval. Mas uma coisa mais impressionante: ele era de fato devoto leitor das Escrituras, sobretudo naquilo que se relaciona com o seu ensino teológico em Erfurt.
A venda das Indulgências
O grande traficante do evangelho da graça, o monge dominicano de Leipzig João Tetzel, tinha vendido as indulgências no mesmo lugar onde estava o próprio Lutero cumprindo com os deveres de confessor do povo de Wittenberg, portanto, era inevitável uma explosão insatisfatória contra o traficante da graça salvadora. Foi assim que Tetzel fez o seu discurso[16]:
Subindo ao púlpito, perto do qual estava colocada uma grande cruz vermelha encimada pelas armas papais, Tetzel começou o seu discurso. Falava alto e animadamente, e fazia do Purgatório uma discrição medonha que fascinava o auditório, despertando em todos a maior solicitude pelas almas dos amigos já falecidos. Falou das grandes vantagens da comodidade que ele proporcionava aos seus ouvintes, pois não havia pecado algum que tivessem cometido que não pudesse lavar com uma indulgência. Ainda mais, estas indulgências eram eficazes não somente com respeito aos pecados presentes, mas também sobre os pecados passados e futuros. E ainda os pecados que os seus ouvintes tivessem o desejo de cometer podiam ser perdoados com antecedência pelas suas cartas de absolvição “eu não trocaria o meu privilegio”, disse o monge Loquaz, “pelo de S. Pedro no Céu, porque eu tenho salvo mais almas com as minhas indulgências do que o apóstolo com seus discursos”.
O discurso do monge dominicano Tetzel tinha um impacto tremendo aos seus ouvintes, pois conseguia persuadir o auditório que ali estavam presentes corpos clérigos e leigos, para que eles escutassem os gritos insolentes de seus familiares já mortos sofrendo no Inferno. Portanto, há ainda chance para lhes libertar daqueles castigos eternos, com exclusividade uma única via “colocar quantia de dinheiro na caixa”. Letzel pregava com tanta eloquência distorcidamente a natureza da salvação. Pois insistia que quando coloca moeda na caixa, inevitavelmente a alma da família já morta liberta-se do Purgatório dirige-se para o Céu. Segundo ele, quem não pagar o dinheiro, é ele mesmo que detém ou que mantêm a alma da família do Inferno.
Estas observações eram escutadas com uma atenção extraordinária, mas os seus apelos a favor dos mortos produziram ainda mais resultado “Padres, nobres, mercadores, esposas, moços, moças”, exclama ele “ouçam a vossos pais e amigos já mortos, gritando-vos do abismo profundo: ‘Nós estamos sofrendo um martírio horrível! Uma pequena esmola nos poderia salvar; vós podeis dá-la, e contudo não quereis fazer!. Ouçam estes gritos, e saibam que logo soa uma moeda no fundo da caixa a alma solta-se do Purgatório e dirige-se em liberdade para o Céu… Como sois surdos e desleixados! Com uma insignificante quantia podeis livrar o vosso pai do Purgatório, e apesar disso sois tão ingratos que não comprais sua liberdade! No dia do juízo eu serei justificado, mais sereis castigados tanto mais severamente por terdes desprezados tão grande salvação”[17].
“Tão logo a moeda no cofre ressoa, a alma sai do Purgatório”. Essa era a curta frase musicada do propagado de João Tetzel (morreu no ano 1519), o homem autorizado para conseguir dinheiro para construir uma nova basílica em Roma seu esquema para o levantamento de fundo era vendas de indulgências. Era assim, dizendo, o trafico da salvação.
Justificação Pela Fé Somente
Segundo Berkhof[18] “Foi sobretudo o sistema de penitências, desenvolvido pela Igreja católica romana, e o trafico das indulgências, intimamente vinculado àquele sistema, que deu ímpeto a Lutero para iniciar sua obra reforma”. Lutero teve contato com a Epístola aos Romanos em 1513, foi convidado em 1511 para ensinar na Universidade Wittenberg, onde ali obteve o seu grau de doutorado em 1512. Contudo, contatado já com seus anos de agitações, dúvidas, ódios sobre poderes papados de forma pelos quais exploravam os pobres e vendiam a salvação. Lutero já estava revoltado com estas práticas, que sua forma de pregar na Capela de Wittenberg, atraia multidão para escutá-lo, pois não contava as tradições como os outros pregadores costumavam fazer, mas podia expor as Escrituras de maneira impressionante ao auditório. Pode se afirmar que, a reforma não aconteceria no ano 1517, se não houvesse um propagador daquilo que Lutero já estava questionando alguns anos anteriores.
Neste mesmo ano, Lutero apresentava uma tese ao público, com caráter de babate contra os poderes eclesiásticos, expondo claramente suas discordâncias e dúvidas sobre os pensamentos teológicos/filosóficos. Lessa nos registra o momento exato em que a tese foi apresentada[19]:
Para o dia 4 de setembro de 1517, quando da formatura de Franz Guenther de Nordheusen[20] Lutero organizou uma série de teses que, em sua grandeza, puseram em dúvida os fundamentos teológicos e filosóficos da escolástica. O próprio Lutero as remeteu (certamente impressas) a Erfurt e Nuremberg, disposto a defende-las diante de ilimitado publico, consciente que sai teologia não deveria perder-se sem eco. Trata-se de noventa e oito sentenças curtas altamente significativas.
Pode se constatar alguns artigos, de forma que Lutero ataca francamente os aristotélicos: “Quase toda ética de Aristóteles é ruim e enigma da graça” (tese 41). “É engano julgar que a opinião de Aristóteles sobre a bem-aventurança não contraria a doutrina católica” (tese 42). “Também é engano dizer: sem Aristóteles, ninguém pode ser teólogo” (tese 43). “Acontece, porém, que ninguém poderá chegar a ser teólogo se não souber sê-lo sem Aristóteles” (tese 44). Foi assim, que Lutero resumiu a suposta teologia aristotélica a qual era adotada pelo movimento escolástico surgido desde século 12. “Em suma todo Aristóteles vala para a teologia o que representam as trevas para a luz” (tese 50)[21].
Segundo Curtis[22] quando João Letzel propagava as indulgências Lutero “redigiu uma lista de 95 queixas e a afixou na porta da igreja, também servia quadro de avisos a comunidade. O perdão divino certamente não poderia ser comprado e vendido, dizia Lutero, uma vez que Deus oferece gratuitamente”. Para Nichols[23] nas universidades medievais era costume apor-se, em lugares públicos, a defesa ou ataque de certas opiniões. Esses escritos denominados “teses” nas quais se debatiam as ideias e se convidavam todos os interessados para o debate. “Em 31 de Outubro, véspera de Dia de todos os santos, quanto enorme multidão comparecia à Igreja do Castelo, na cidade de Wittenberg, Lutero colocou às portas dessa igreja as 95 teses que travam de caso das indulgências”. Lutero ataca fortemente o sistema papado “O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais” (tese 6). E continua “O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoada por Deus […]” (tese 7).
Lutero julgava que seria bom “ensinar aos cristãos que dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências” (tese 43). Lutero chegou ao fundamento da doutrina das indulgencias, ao definir o tesouro da igreja. Não estariam em questões as obras humanas excedente de Jesus, mas “o verdadeiro tesouro da igreja é o santíssimo evangelho da glória da graça de Deus” (tese 62). É por isso que seria falso limitar a pregação do evangelho no conjunto das igrejas, enquanto se propagam as indulgências (tese 53-55). Ou seja, Lutero evocou as incertezas teológicas quanto ao assunto das almas no Purgatório e do poder da Igreja a seu respeito. No máximo poder-se-ia falar sobre a intercessão do papa, porém não da remissão das penas em virtude do poder das chaves (tese 27)[24].
Para Lienhard todo o sistema parece ter sido posto em questão quando Lutero disse que “qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão plena de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgências” (tese 36). Destaquemos principalmente a relativização do ministério sacramental do papa e do clero de forma geral quando Lutero afirmar que “o papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus” (tese 6). A remissão que ele dá, não passa de “um anúncio da remissão divina” (tese 38). Todos estes temas podem ser canonizados como ortodoxos, como uma crítica justificada aos abusos da prática de indulgências e como contribuição à debate de questões teológicas decisivas, ainda não solucionadas[25].
Berkhof nos registra como explodiu o apego de Lutero em Romanos 1.17, diante da troca da salvação, pelo recurso humano, disse ele que Lutero estava[26]:
“Mesmo profundamente imerso em obras penitenciais quando com base em Romanos 1.17, raiou-lhe verdade que o homem é justificado exclusivamente pela fé, e ele pôde entender que o arrependimento, exigido em Mateus 4.17, nada tem em comum as obras de preparação postuladas pelo romanismo; antes, o arrependimento consiste de real contrição íntima do coração, como o fruto da graça de Deus com exclusividade.”
Segundo Beeke[27] (1995, p.47) “A frase ‘justificação pela fé somente’ foi a chave que abriu a Bíblia para Lutero. Ele veio a entender cada uma dessas quatro palavras em relações às outras à luz da Escritura e do Espírito”. Berkhof[28] sustenta que Lutero foi iluminado para entender que a questão realmente no arrependimento não é confissão auricular parente de um “padre”, o que não encontra base nas Escrituras, nem reparação alguma prestada pelo homem, todavia, Deus perdoa gratuitamente ao pecado; mas o que vale é o pesar de todo o coração devido ao pecado, é a convicção firme de levar uma vida nova; é a graça perdoadora de Deus em Cristo. Porquanto, Berkhof entendeu que Lutero centralizou uma vez mais a doutrina do pecado e da graça dentro da doutrina de salvação, afirmando que a doutrina da justificação exclusivamente pela fé, é “o artigo de uma igreja que permanece de pé ou cai”. O resultado disto tudo segundo Berkhof é que, a Reforma rejeitou tudo quanto era mais distintivamente medieval, teologicamente falando, como as indulgencias, as penitencias expiatórias, a absolvição sacerdotal da crença do catolicismo romano, as obras de supererrogação e a doutrina dos méritos humanos.
Segundo MacArthur[29] “Não há doutrina mais importante para a teologia evangélica do que a justificação pela fé somente — o princípio sola fide da Reforma […]”. Essa doutrina foi defendida pelo apóstolo Paulo no primeiro século da era cristã, sem dúvida alguma, na pregação paulina a doutrina justificação pela fé predominou o aspecto soterológico. Talvez, foi nesta perspectiva que alguns teólogos afirmaram que justificação pela fé é o tema central de todo pensamento paulino. No quarto século depois de Cristo, Agostinho de Hipona, foi conhecido como o doutor da graça de forma como ele defendia a justificação pela fé somente por meio da graça. Por volta de 1500 anos Deus agiu na história do cristianismo, como sempre faz na história do seu povo quando querem inverter seu propósito.
Não é demais afirmar que, a reforma protestante conquistada pelo veterano da fé da igreja evangélica conservadora, o padre e professor Martinho Lutero, em sua iniciativa de resgatar a graça salvadora que dantes era trocada pelas obras (indulgências) nas mãos dos papas ou autoridades eclesiásticas. Segundo ele, nenhum homem ou Papa, seja quem for, pode deter a salvação ou ser libertador do homem, garantindo-lhe a vida eterna. Lutero queria dizer que o homem é apenas proclamador do reino para que as pessoas possam ser salvas pela fé mediante a graça salvadora em Jesus. Venden[30] afirma que “o repentino vislumbre, de Martinho Lutero, na famosa escadaria, de que o justo viverá pela fé, foi um importante marco na reforma protestante”. Se não queremos desviar a verdade podemos definir os evangélicos como aqueles que creem na justificação pela fé somente, como está escrito na Bíblia: “Ora o salário daquele que trabalha não lhe é atribuído como o favor, mas como dívida; contudo, ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, sua fé lhe é atribuída como justiça”[31].
Segundo Ridderbos[32] na teologia da reforma a justificação pela fé que governa todo pensamento paulino, tendo Lutero como preeminente, em sua luta contra a visão católica romana, sobretudo nas declarações judiciais encontradas nas cartas aos Romanos e Gálatas eram de suma importância fundamental. Essa concepção reformada nas cartas de Paulo foi determinada particularmente por sua doutrina da justificação pela fé. Para Lutero, esta doutrina foi “único princípio e critério para toda a doutrina da salvação do Novo Testamento, o cânon do cânon…”. João Calvino por sua vez, defendia a doutrina de Paulo como a chave para entender todo o conteúdo do evangelho; pois a tradição calvinista no que se refere à matéria da fé, sustentava que evangelho da justificação somente pela fé sem as obras da lei, assumiu o lugar de ser o único poderoso meio de libertar a consciência de seus fardos.
Para pôr em prática a essência da justificação pela fé somente, Lutero teria que pagar o preço; pois após da fixação da sua tese, sem demora, houve reação de mediata quando ao teor das ideias divulgadas por Lutero chegaram ao papa Leão e passou a condenar severamente, exigindo mudanças em sua posição. Ao contrário, Lutero dá mais fôlego às suas ideias reformistas ao publicar uma série de obras, entre elas “Da liberdade Cristã” e “Do Cativeiro Babilônico da Igreja”, passando a atacar fortemente os sacramentos e o papado de modo mais incisivo que de início. O marco de sua total separação da igreja deu-se em 1521, quando foi excomungado. Lutero passou a ser severamente perseguido, tendo sido obrigado a refugiar-se no Castelo de Wartburg. O movimento reformista, desencadeado por suas ideias, tornou-se então independente de sua participação, passando inclusive por várias divisões internas. Em Wartburg, Lutero dedicou-se à célebre tradução do Novo Testamento para o alemão, a tradução que se tornou o padrão para a língua alemã[33].
Contudo, Lutero recebeu dura crítica pelos papistas e exegetas católicos, após da publicação da tradução da bíblia, principalmente em Romanos 3.28 onde em sua versão se consta a seguinte tradução: “Sustentamos que o homem é justificado somente pela fé, sem as obras da lei”. A crítica tinha sido levada por ter verificado o termo “somente” que Paulo não tinha escrito, a não ser o termo “sem”, Lutero escreve uma carta aberta respondendo essa crítica destrutiva[34]:
Recebi sua carta com as duas questões ou perguntas, sobre as quais solicita minha posição: primeiramente, por que eu, no terceiro capítulo da Epístola aos Romanos, versículo 28, traduzi as palavras de Paulo […], como “Sustentamos que o homem é justificado somente pela fé, sem as obras da lei”; e além disso, nela também observa que os papistas se enfurecem extremamente porque no texto de Paulo não consta a palavra sola (somente) e não se poderia tolerar um tal acréscimo de minha parte à Palavra de Deus etc.
No decorrer desta carta, Lutero explica que apesar de ter acrescentado sola fide, não era intenção humana, mas faz no máximo possível para entender a linguagem paulina na língua alemã[35]:
A vocês, porém, e aos nossos quero mostrar por que eu quis usar a palavra sola, embora em Romanos 3,28 não tenha utilizado sola, mas solum ou tantum. Com quanta exatidão veem meu texto, os asnos! Contudo, utilizei em outro lugar sola fide, e quero manter ambas, solum e sola. Ao traduzir, esforcei-me em escrever um alemão puro e claro. E aconteceu-nos muitas vezes passarmos catorze dias, três, quatro semanas, buscando e perguntando-nos por uma única palavra, e, contudo, às vezes não a encontramos.
O Dr. Lutero, foi muito duro com seus adversários, papistas até no ponto de lhes considerar como sinônimo do jumento, pois nega qualquer relação educacional ao submisso papal, contrapondo, os papistas deveriam ser os seus alunos. Para fundamentar sua vangloria humana, Lutero faz menção do apóstolo Paulo em sua vangloria contra seus contemporâneos cristãos insensatos[36]:
Voltando novamente à questão. Se o seu papista quer incomodar-se bastante com a palavra sola-somente, diga-lhe logo: o doutor Martinho Lutero quer assim e diz que papista e asno é a mesma coisa. “Sic uolo, sic iubeo, sit pro ratione uoluntas” [“assim quero, assim ordeno, tome-se a vontade por razão”]. Pois não queremos ser alunos nem discípulos dos papistas, mas seus mestres e juízes. Queremos por uma vez também gabar-nos e vangloriar-nos com essas cabeças de asno. E como São Paulo se gloria contrapondo-se aos santos insensatos, assim também eu quero gloriar-me contrapondo-me a esses meus asnos. Eles são doutores? Eu também. Eles são eruditos? Eu também. Eles são pregadores? Eu também. Eles são teólogos? Eu também. Eles são argumentadores? Eu também. Eles são filósofos? Eu também. Eles são dialéticos? Eu também. Eles são preletores? Eu também. Eles escrevem livros? Eu também.
Em espírito do apóstolo Paulo, nesta luta pelo resgate da doutrina central da Bíblia, que o próprio Paulo já estava combatendo contra estes inimigos do evangelho da justiça, de modo que Lutero elegeu Paulo como o maior defensor de sola fide, Lutero apud Armstrong[37]:
Observe, então, se Paulo não afirma mais veementemente do que eu, que a fé somente justifica, embora ele não use a palavra “somente” (sola), que eu venho usando. Porque quem diz: As obras não justificam, mas a fé justifica, suficientemente afirma ridículo argumentar dessa maneira sofista: A fé somente justifica; portanto o Espírito Santo não justifica. Ou O Espirito justifica, portanto não é a fé somente. Pois a questão aqui não é essa. Ao contrário, a questão é só sobre a relação de fé e obras, se algo vai ser atribuído às obras na justificação. Visto que o apostolo não atribui nada a elas, ele sem dúvida atribui tudo à fé somente.
O que Lutero tinha em mente a respeito do que apóstolo quis dizer realmente é tão obvio. A questão aqui não se refere apenas o termo “somente”, mas acima de tudo é questão da relação de fé e as obras. Ou seja, em Paulo as obras não tiveram papel quando o pecador fosse justificado por Deus em Cristo, que na verdade essa exclusividade das obras na salvação do homem não se limitava apenas em Paulo, porém teria que ser vivida de geração a geração. Para Paulo as obras tais como: obediências das leis na sua integra, e inclusive cumprimento do ritual da circuncisão de forma alguma garantem a salvação. E segundo Lutero, as obras como: pagar as indulgências e cumprir as normas monásticas em sua totalidade não era o caminho ideal para a salvação do homem; ambos viam o único meio para a salvação é justificação pela fé somente, sem as obras da lei. E, foi isso que Lutero acrescentou “somente”, já que Paulo tinha escrito “o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” E Lutero disse: “o homem é justificado pela fé somente”. Portanto, se queremos ter um cristianismo puro e sólido numa sociedade tão obscura como essa, só nos basta ter a única fonte da verdade – as Escrituras Sagradas – o único meio da salvação, isto é, somente pela fé em Cristo.
Referências Bibliográficas
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[1]TILLICH, Paul. História do Pensamento Cristão. 3. ed. São Paulo: ASTE; 2004, p.227
[2]GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. São Paulo: Vida Nova; 1994, p. 64.
[3]GONZALEZ, Justo L. Uma Historia do Pensamento Cristão da Reforma Protestante ao Século 20. São Paulo: Cultura Crista; 2004, p.37.
[4]Quando Carlos I, foi eleito o imperador do sacro Império Romano, mantéu um cinturão composto pela Espanha e Alemanha a Oeste e Norte, e Nápoles e Sicília ao Sul; pois o sábio Frederik , era um dos eleitores imperiais, até ele mesmo era provável o candidato comprometido com a dignidade real. No entanto, o papa se sentiu forçado a conceder alguma consideração a seu pior inimigo, Lutero; para quem Frederik exigiu um julgamento justo. Uma seria de negociações atingiu a esfera acadêmica; porque o cardeal Cajetano, o principal defensor do Papa. È curioso notar que durante o processo das negociações não o resultado foi negativo, na medida em que as ambas partes tornaram cada vez mais conscientes de que o que se era o objeto da controversa entre eles, mais o que a questão da indulgencias, pois eram duas conceições extremante opostas da crista (ibidem p.38).
[5]Gonzalez 2004, p. 38.
[6]Quando Lutero estava preparando para publicar seu tratado, João Eck chegou com a bula papal de excomunhão “Levanta-te, ó Senhor, e julga tua própria causa… pois as raposas têm se levantado procurando destruir a vinha”. Foi assim, que a bula iniciou, após de apelar pelo Senhor, Pedro, Paulo e toda Igreja, Leão descreveu os erros de Lutero, condenou-os e excomungou seu autor juntamente com seus seguidores. A bula culminou com o apela a Lutero garantindo lhe que, se ele desistisse, seria recebido com “amor paternal”. A cerimonia oficial da proclamação da bula foi acompanhada em Roma com a queimar os livros de Lutero; o cenário que aconteceu em varias cidades da Alemanha, Holanda etc.. A bula era proclamada em cada nova cidade. Sem demora, Lutero respondeu com ação semelhante onde também reuniu todos os seus estudantes fora dos portões da cidade, em Wittenberg, e queimando copias da lei canônica, dos decretos e de vários tratados de teologia escolástica (ibidem p.39)
[7]PIPER, john. O Legado da Alegria Soberana. São Paulo: SHEDD Publicações; , 2005, p. 89.
[8]NICHOLS, Robert Hastings. Historia da Igreja Cristã. 13.Ed. São Paulo: Mundo Cristão; 2008, p. 156.
[9]CAIRNS, Earle. O Cristianismo Através Dos Séculos. 3.Ed. São Paulo: Vida Nova; 2008, p. 259.
[10]Nichols, 2008, p. 157.
[11]CURTIS, A. Kenneth; LANG, J. Stephen & PETERSEN, Randy. Os 100 Acontecimentos Mais Importantes da História do Cristianismso. São Paulo: Vida; 2003, p. 110.
[12]KNIGHT, A. & ANGLIN, W. Historia do Cristianismo dos Apóstolos do Senhor Jesus ao Século XX. 12.ed. Rio de janeiro: CPAD; 2005, pp. 211-212.
[13]Bíblia Sagrada. Almeida Século 21. São Paulo: Vida Nova & Hagnos, 2008. Filipenses 3.4; todas as demais citações serão feitas nessa versão.
[14]Filipenses 3.9.
[15]CURTIS, A. Kenneth; LANG, J. Stephen & PETERSEN, Randy 2003, p. 110.
[16]Anglin & Knigth; 1983, p. 213.
[17]Anglin & Knigth; 1983, pp. 213-214.
[18]BERKHOF, Luis. Historia Das Doutrinas Cristas. São Paulo. PES; 1945, p. 195.
[19]LESSA, Vicente Themudo. Lutero. 5.ed. Rio de Janeiro: PALLAS S.A. 1976, p. 25.
[20]Isto é, Francisco Günther aluno de Lutero na Faculdade de Teologia de Wittenberg, foi uma banca examinadora a qual presidida por Lutero, para obtenção do grau de seu aluno e orientando bacharel em Teologia; o trabalho que ocorreu com sucesso.
[21]Lessa 1976, pp. 25-26.
[22]CURTIS, A. Kenneth; LANG, J. Stephen & PETERSEN, Randy 2003, p. 109.
[23]Nichols 2008, p. 148.
[24]LIENHARD, Marc. Martinho Lutero Tempo, Vida e mensagem. Rio Grande do Sul: Sinodal; 1998, pp. 61-62.
[25]Ibidem, p. 62.
[26]Berkhof 1945, p. 195.
[27]MACARTHUR, John Jr; SPROUL, RC.; BEEKE, Joel; GERSTNER, John & ARMSTRONG, John. Justificação Pela Fé Somente. Sao Paulo: Cultura Cristã; 1995, p. 20.
[28]Berkhof 1945, p. 195.
[29]MacArthur 1995, p. 11.
[30]VENDEN, Morris L. 95 Teses Sobre a Justificação Pela Fé. 2.Ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira Tatui, 1990, p. 2.
[31]Romanos 4.4-5.
[32]RIDDERBOS, Herman. A Teologia do Apóstolo Paulo: A obra definitiva sobre o pensamento de Paulo aos gentios. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 12.
[33]Curtis, Lang & Petersen (2003, pp. 110-111) nos contam que “Lutero foi excomungado, e seus escritos foram banidos. Para sua proteção, foi levado à força por seu patrono Frederico, o Sábio, e ficou escondido no castelo de Wartburg, Ali, ele trabalhou em outros escritos teológicos e na tradução do Novo Testamento para o alemão popular”.
[34]Lutero, Martinho. “Carta aberta sobre a Tradução” (2006, p. 1). Em resposta desta acusação de ter deturbar o texto bíblico, Lutero ataca severamente os papistas, a afirmar que: Em primeiro lugar, se eu, doutor Lutero, tivesse podido enganar-me de que todos os papistas juntos fossem tão hábeis a ponto de saberem traduzir bem e corretamente um único capítulo da Escritura, então teria sido muito humilde e lhes teria solicitado ajuda e assistência para a tradução em alemão do Novo Testamento. Mas como eu sabia e ainda posso ver que nenhum deles sabe realmente como se deve traduzir ou falar em alemão, poupei-me a mim e a eles um tal esforço. No entanto, percebe-se bem que eles aprendem a falar e a escrever em alemão a partir de minha tradução e de meu alemão, e roubam-me em muito minha língua, que até então pouco conheciam; porém não me agradecem por isso mas preferem utilizá-la contra mim. Contudo, é com prazer que lhes proporciono isso, pois me agrada estar ensinando a falar a meus discípulos ingratos, que ademais são meus inimigos.
[35]Lutero 2006, p. 1
[36]Ibidem, p. 2.
[37]Armstrong 1995, p. 101.
Fonte: Teologia Brasileira - teologiabrasileira.com.br