Categoria: Coluna
Imagem: CloserToGodChurch
Publicado: 24 de Setembro de 2019, Terça Feira, 22h23
Por: EBRON GESER MULLER (foto)
“O extraordinário poeta Fernando Pessoa, no seu poema “Natal”, desabafa:
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.
Esta é uma atitude imobilista, paralisante, de quem desiste de crer e buscar; uma desilusão suicida. É claro que o próprio Fernando Pessoa tinha tal posição como apenas uma de suas múltiplas facetas. Por isso, reconhecia igualmente: “Navegar é preciso”.
Deus nos promete, através do profeta Jeremias, que, se O buscarmos de todo o coração, nós O acharemos. Isto é, nossa busca não é inútil nem louca. Como o Pai não é um Deus raso, a busca humana dura infinitamente, e também podemos penetrar ilimitadamente na sua essência e no seu mistério.
É importante destacar, com base na mensagem bíblica, que a busca de Deus se confunde com a busca de nós mesmos. E ilumina o significado do outro e do próprio Universo para a nossa vida. É como se Deus fosse o foco de que precisamos para uma perspectiva correta de tudo o que nos cerca e do mundo insondável que descobrimos dentro de nós.
A busca apaixonada por Deus é como um mergulho no amor; o “salto da fé” de que nos fala Kierkeggard. E, embora busquemos exclusivamente a Deus pela sedução de sua bondade, nunca mais seremos os mesmos, depois desse mergulho, porque se incorpora para sempre em nós a força do amor divino.
Maeterlinck vai direto ao ponto:
Os que sabem nada sabem se não possuem a força do amor, porque o verdadeiro sábio não é o que vê, mas o que, vendo mais longe, ama com mais profundidade. Ver sem amor é olhar nas trevas.
Pense nisso!