Categoria: Biografias
Imagem: William Perkins - Credo Magazine
Publicado: 20 de Maio de 2018, Domingo, 14h00
William Perkins nasceu em 1558, no vilarejo de Marston Jabbet, em Warwickshire, Inglaterra. Sabemos pouco sobre sua juventude até ele deixar sua casa para começar seus estudos na Faculdade de Cristo, em Cambridge, em junho de 1577. Perkins se matriculou na faculdade como pensionista, o que sugere que ele pertencia a uma família de classe média bem estabelecida. A vida na universidade desafiou a criação religiosa de Perkins. Ele parecia ter perdido toda e qualquer fé cristã que um dia possuíra. Nesse vácuo espiritual surgiu um substituto novo, mais fascinante: o oculto. Anos mais tarde, Perkins descreveria assim essa fascinação pela mágica e pelo oculto: “Durante muito tempo, estudei essa arte e nunca me satisfazia até descobrir todos os seus segredos. Mas depois, aprouve a Deus colocar diante de mim a blasfêmia que isso era, ou, devo dizer francamente, a idolatria, embora por vezes ela pudesse estar coberta por uma tinta dourada”.
Em 1584, Perkins já havia se convertido totalmente à fé cristã. Em algum momento durante o seu bacharelado, em 1581, e seu mestrado, em 1584, Perkins passou pela experiência do novo nascimento. Naquele mesmo ano, aos 26 anos, ele passou a ser um dos professores na Faculdade de Cristo. Como professor, cresceu em conhecimento e fama até que “poucos estudantes de teologia saíssem de Cambridge sem terem se beneficiado de alguma maneira de sua instrução”. Uma das coisas que atraía seus alunos era o seu amor pela simetria e precisão lógica. Segundo seu amigo Robert Hill, “ele tinha um excelente dom para definir de maneira correta, dividir com exatidão, argumentar com sutileza, responder diretamente, falar com vigor e escrever de maneira judicial”. Além de suas tarefas rotineiras de professor, Perkins, pelo restante de sua vida, foi palestrante na igreja de Santo André, localizada bem em frente da Faculdade de Cristo. Seu ministério no púlpito pulsava com a mesma força que animava os seus ensinamentos. Thomas Fuller nos diz que, “do púlpito, ele pronunciava a palavra ‘perdição’ com tamanha ênfase, que ela ficava ecoando nos ouvidos de seu auditório por um bom tempo”. Por outro lado, “o erudito não podia ouvir sermões mais instruídos, nem o homem da cidade sermões mais claros”.
Em 1596, Perkins se casou com uma viúva chamada Timothye e imediatamente se tornou pai de sete filhos. Essa deve ter sido uma experiência chocante para quem fora solteiro durante tanto tempo. Como um homem casado, Perkins foi obrigado a abandonar seu posto na faculdade. Contudo, permaneceu como pregador na Igreja de Santo André. Ele obteve permissão para pregar aos prisioneiros nas cadeias. “Ele ganhou almas para Cristo entre eles, tanto quanto entre a multidão que comparecia para ouvi-lo em Santo André. Dizia-se sobre ele que seus sermões eram ao mesmo tempo toda a lei e todo o evangelho; toda a lei para expor a vergonha do pecado e todo o evangelho para oferecer o perdão total e completo aos pecadores perdidos” (Errol Hulse).
Perkins morreu em 1602, aos 44 anos, em pleno vigor de sua força e no auge da fama. Em frente à sua sepultura, o seu bom amigo James Montagu, futuro bispo de Winchester, exortou os ouvintes que estavam ao lado da viúva de Perkins e seus sete filhos, citando Josué 1:2: “Moisés, meu servo, é morto”. Mesmo assim, a morte de Perkins não pôs fim à sua influência.
Franklin Ferreira
Link: http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/151/William_Perkins_e_a_pregacao_no_movimento_puritano
Retirado de uma postagem da página Os Reformados.
Link: https://www.facebook.com/OsReformadosOR/posts/2044011559217920