KING JAMES (1566-1625)


Categoria: Biografias
Imagem: King James - The Guardian
Publicado: 12 de Maio de 2012, Sábado, 11h33 - 1 comentário

O Rei Menino
James (Tiago) Charles Stuart nasceu no dia 19/06/1566, no Castelo de Edimburgo, na Escócia. Seu pai, Lord Darnley, foi assassinado no início do ano 1567, antes de Tiago ter um ano de idade. Sua mãe, Mary, Rainha dos Escoceses, mais tarde subiu ao trono da Escócia. Seu reinado, contudo, foi breve e ela foi forçada a abdicar em favor do seu filho, em 24/07/1567. O pequeno Tiago foi coroado Rei Tiago VI da Escócia, cinco dias depois, na tenra idade de 13 meses. O líder reformista John Knox pregou o sermão de sua coroação.

A mãe de Tiago, Mary, foi presa na Inglaterra pela sua prima, a Rainha Elisabeth [I], e 19 anos mais tarde em fevereiro de 1587, ela foi executada por sua parte na conspiração para assassinar a Rainha Elizabeth [I]. O Rei Tiago jamais conheceu sua mãe.

Desse modo, como muitos monarcas daquele tempo, o Rei Tiago não foi educado pelo pai nem pela mãe, mas por tutores. Entre os seus quatro tutores, talvez um dos mais influentes foi George Buchanan, um destacado calvinista. Foi sob os estritos métodos de ensino de Mr. Buchanan que o Rei Tiago tornou-se um dos homens mais eruditos e intelectualmente curiosos que se sentou em qualquer trono. Mr. Buchanan tinha 64 anos quando começou a tutelar o jovem Rei.

Era Grego no café da manhã, depois Latim e História, Composição, Aritmética, Cosmografia, Dialética, Retórica e, é claro, Teologia. O Rei Tiago falava fluentemente Grego, Latim, Francês, Inglês e Escocês e foi educado em Italiano e Espanhol. Certa vez ele observou que podia falar Latim melhor do sue sua língua materna, o Escocês. Por causa de sua capacidade como poliglota, o Rei Tiago tipicamente jamais precisava de um tradutor quando tratava de negócios com outro chefe de estado.

A rígida dieta intelectual de George Buchanan foi absorvida pelo garoto, o qual pode ter tido uma certa medida de desgosto contra o seu exigente tutor. Mesmo assim, o Rei Tiago aprendeu bem e se transformou num homem poderoso com uma pena poderosa. A Imprensa da Universidade de Cambridge observa que os escritos do Rei estavam entre os mais importantes e influentes do seu período.

O Rei Tiago começa a reinar na Escócia
O Rei Tiago começou a governar sua nativa Escócia quando tinha 19 anos de idade. Alguns anos depois, ele tomou Anne da Dinamarca como sua Rainha. O Rei Tiago amava sua esposa e escreveu um belo poema para ela. Eles tiveram 09 filhos. Certa vez, quando o Rei e a Rainha estavam caçando, a Rainha Anne matou acidentalmente o cão favorito do Rei, Jewell (Jóia). A Rainha se sentiu tão mal por causa disso que o Rei lhe deu um presente para fazê-la esquecer aquele incidente.

O Rei Tiago acreditava no Direito Divino dos Reis e no dever do monarca de governar conforme a lei de Deus e o bem comum. A fim de passar à frente a instrução real para o seu filho mais velho, o Príncipe Henry, o Rei Tiago escreveu o Basilicon Doron, que significa “O Dom Real”. O Basilicon Doron não tinha previsão para uma publicação geral, mas para instrução do jovem príncipe, na presumível hipótese de que o seu pai não sobrevivesse para instruí-lo – o Rei Tiago vivia doente e sobreviveu a uma porção de tentativas de assassinato. O rei exigiu que o seu impressor Robert Waldegrave guardasse segredo e ordenou uma edição de apenas sete cópias. Contudo, de algum modo o segredo do livro foi descoberto e o seu conteúdo tornou-se púbico.

Em seguida, houve uma tal demanda do Basilicon Doron que cópias forjadas e corrompidas começaram a ser distribuídas. Sob tais pressões, o Rei permitiu uma publicação geral e ele tornou-se um bestseller. Foi publicado em Inglês, Gaulês, Latim, Francês, Sueco e Alemão, durante um período superior a 50 anos.

Basilicon Doron é um breve tratado de apenas 153 páginas. Ele consiste de três breves volumes, sendo o primeiro: “A Christian Duetie Towards God” (Dever De Um Rei Cristão Com Deus). James Disraeli disse: “Tiago formou a mais elevada concepção das virtudes e deveres de um monarca”.

No Basilicon Doron, a compreensão do Rei Tiago do discipulado cristão, o estilo e a prosa são o que há de melhor. Ele habilmente entremeia as Escrituras Sagradas com conselhos piedosos e cristãos. O Rei oferece ao seu filho este conselho importante sobre como conhecer a Deus:

“Leia diligentemente esta palavra, & solenemente… ore pela exata compreensão da mesma. Pesquise as escrituras, disse Cristo, pois elas testificam de mim. Paulo disse que ‘Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra’. Toda a Escritura contém apenas duas coisas: um mandamento e uma proibição. Obedeça ambos… A adoração a Deus está totalmente embasada na Escritura, avivada pela fé.” (Basilicon Doron – Rei Tiago)

O Rei une a Escócia e a Inglaterra
A grande aspiração do Rei Tiago de ser o primeiro Rei tanto da Escócia como da Inglaterra foi alcançada em 1603, com a morte da Rainha Elizabeth I. Quando ele subiu ao trono inglês naquele ano, já havia sido Rei na Escócia por 36 anos. Ele então ficara conhecido como Rei Tiago VI da Escócia e I da Inglaterra.

O Rei desempenhou um papel magistralmente político e conservou o seu reino fora da guerra. Pela primeira vez um monarca escocês exerceu autoridade efetiva sobre as áreas mais remotas do reino. Ele apoiou a literatura não só através dos seus escritos como do seu patrocínio. Houve paz durante o seu reinado – tanto com os seus súditos como com os poderes estrangeiros.

O Rei tinha muitos inimigos
Como um escocês reinando sobre os ingleses, o Rei sofreu muito racismo e calúnia, especialmente dos então poderosos senhores e senhoras ingleses, os quais foram por eles substituídos pelos seus patrícios escoceses. Infelizmente, muitos dos historiadores de hoje citam Weldon, como uma fonte confiável. Exemplos do racismo de Weldon são encontrados em seu tratado intitulado “A Perfect Description Of The People And The Country of Scotland”, no qual ele diz que os escoceses são um “povo fedorento”, que praticava “fornicação… embora no passado”. Ele diz também que: “… sua carne naturalmente aborrece a limpeza. Seu hálito em geral cheira a sopa azeda… ser acorrentado pelo casamento a eles é como ser acorrentado a um cadáver e ser atirado num pântano mal cheiroso… Admiro-me que … Rei Tiago tenha nascido numa cidade tão mal cheirosa como Edimburgo, na piolhenta Escócia”.

A despeito dessa óbvia inclinação, os historiadores continuam a consultar os escritos de Anthony Weldon, o qual inventou que o Rei Tiago tinha afeições desordenadas por outros homens, o que ele fez somente 25 anos após a morte do Rei, quando este já não podia defender-se. A comunidade sodomita/homossexual até considera o Rei como um deles, o que ele nunca foi. Essas fontes de informações errôneas, virtualmente sem exceção, deixam de mencionar que o Rei Tiago e sua Rainha procriaram 09 filhos. Vocês podem ler sobre esse rumor no artigo “Royalty, Rumors and Racists”, ou então pesquisar um excelente livro sobre o mesmo, do Dr. Stephen Coston, intitulado “King James: Unjustly Accused?”

Quase profeticamente, o rei escrevera sobre os seus inimigos:


“Eles me hostilizam (não por qualquer mal ou vício meu) por ser o Rei, o que eles acham o pior mal, e porque se envergonham de confessar essa hostilidade, eles se ocupavam em fiscalizar de perto todas as minhas ações, e, garanto a vocês, até um cisco em meu olho, sim, um registro falso era motivo suficiente para que eles começassem a agir”.

Tiago I, Basilicon Doron

A Igreja Católica também era inimiga do Rei Tiago. Os papistas (como o Rei Tiago chamava os católicos) tentaram assassiná-lo inúmeras vezes. Muitos deles, principalmente em 1605, quando o católico romano Guy Fawkes tentou explodir o Parlamento, no momento em que o Rei deveria estar presente. A conspiração foi descoberta e todos os conspiradores executados. Essa tentativa frustrada é celebrada no dia 05 de novembro na Inglaterra e é conhecida como A Noite de Guy Fawkes.

O Rei Tiago foi um evangelista do verdadeiro evangelho, o que, automaticamente, o tornou inimigo de Roma. Tiago delineou fortemente os erros da superstição romana e os rejeitou, embora tratasse gentilmente os seus súditos romanistas. O Embaixador católico Nicolo Molin disse o seguinte sobre o Rei Tiago: “Ele é um protestante… O Rei tenta disseminar a sua religião protestante em toda a ilha. O Rei é muito amargo contra a nossa religião. Ele freqüentemente a menciona com termos pejorativos. Ele ficou áspero assim por causa da última conspiração contra a sua vida… Ele entende que os jesuítas tiveram participação na mesma”.

Sucesso no Reinado
Apesar dos detratores, o Rei Tiago foi um Rei altamente bem sucedido. Como amante do teatro, ele se tornou o patrono da troupe de um dos seus mais famosos súditos – William Shakespeare – o autor de peças. A troupe de Shakespeare chegou a ser conhecida como Os Homens do Rei. Shakespeare e o Rei mantinham uma relação especial, pois ambos amavam a literatura. Shakespeare até mesmo escreveu sua famosa peça “Macbeth” especificamente para o Rei Tiago.

Outro pequeno fato reconhecido é que o Rei Tiago é o monarca fundador dos Estados Unidos da América. Sob o seu reinado, temos as primeiras colônias bem sucedidas na principal terra americana – a Virginia, Massachusetts e a Nova Scotia (Nova Escócia), ao sudeste do Canadá. O próprio Rei ordenou, escreveu e autorizou o evangelista Grant Charter a estabelecer a Colônia da Virginia:

“Para fazer habitação… e deduzir uma colônia do melhor do nosso povo naquela parte da América, comumente chamada Virginia… a fim de propagar a religião cristã a tais pessoas que ainda vivem nas trevas… para realizar um governo estabelecido e calmo”.

Realização Coroada
O Rei Tiago não apenas foi o primeiro monarca a unir a Escócia, Inglaterra e Irlanda na Grã Bretanha (Como ele gostava de chamá-la), mas comissionou o que muitos consideram ser a maior peça da obra literária e religiosa do mundo – a Versão Autorizada da Bíblia Rei Tiago, ou seja, a Versão Autorizada. O Rei Tiago deu aos seus súditos o maior presente que ele poderia ter dado – a Bíblia Sagrada, de modo que eles pudessem ser salvos e alimentados com a Palavra de Deus.

Em janeiro de 1604, o Rei convocou a Hampton Court Conference, a fim de saber das coisas “supostamente erradas na Igreja”. Nessa conferência, o Dr. John Reynolds, um puritano, pediu ao Rei que fosse feita uma nova tradução da Bíblia, porque as versões permitidas durante o reinado de Henrique VIII e Eduardo VI eram corrompidas.

O Rei adorou a idéia e em julho de 1604, ele nomeou 54 homens para o comitê de tradução. Esses homens eram não apenas os melhores lingüistas e eruditos do reino, mas do mundo inteiro. Muito de sua obra sobre a Bíblia do Rei Tiago formou a base para os nossos estudos lingüísticos de hoje.

Os tradutores foram organizados em seis grupos e se encontravam respectivamente em Westminster, Cambridge e Oxford. Este grupo de grandes eruditos tinha qualificações tais que não podiam ser rivalizadas antes nem depois deles. Eles haviam passado a maior parte de suas vidas buscando Deus e o conhecimento. Um dos tradutores, o Dr. Lancelot Andrews, dominava pelo menos 15 línguas e quando tinha apenas seis anos de idade ele leu toda a Bíblia em Hebraico. Outros membros do Comitê eram igualmente qualificados. Alguns escreveram dicionários e léxicos em línguas estrangeiras, eles geralmente debatiam em Grego, tendo traduzido e editado grandes obras e escrito suas próprias obras. Estas eram apenas algumas de suas fantásticas realizações. Eles não apenas conheciam o Hebraico, o Aramaico e o Grego, as línguas bíblicas, como o trato com tais línguas havia lançado uma luz sobre outras línguas: Árabe, Persa, Copta, Siríaca, Latina, Caldéia, Francesa, Italiana e Holandesa.

Esses homens eram não apenas eruditos da classe mundial como eram cristãos de vida piedosa, como deões e presidentes das principais universidades, como Oxford, Cambridge e Westminster. Alguns deles costumavam orar durante 5 horas diariamente.

Sua tradução não funcionou sem oposição. Conforme as notas dos tradutores no prefácio da Bíblia do Rei Tiago, a Igreja Católica foi letalmente contra essa tradução na linguagem do povo. O papado comprovou ser o maior inimigo dos tradutores. Os tradutores escreveram sobre a igreja católica:

“Eles [os hierarcas romanos] estão de tal modo com medo da luz da Escritura que não a confiam ao povo… Certamente não somos aqueles que possuem tanto ouro que têm medo de trazer sua igreja à pedra de toque [a Bíblia], porque sempre usam de falsidade”.

Apesar da oposição da Igreja Católica, a obra continuou e o produto final em nada desmereceu um milagre. Muitos consideram a comissão da Versão Autorizada da Bíblia do Rei Tiago a realização coroada do Rei Tiago VI da Escócia e I da Inglaterra.

Logo após sua publicação, a Versão Autorizada eclipsou todas as versões anteriores e as posteriores. Ela se tornou o livro mais vendido de todos os tempos. Existe hoje uma pletora de versões da Bíblia disponíveis – contudo para muitos cristãos a Versão Autorizada de 1611 da Bíblia King James continua sendo a absoluta e final Palavra de Deus.

Vamos citar da Enciclopédia do Mérito do Estudante (Merit Student’s Encyclopedia):

“A maior Bíblia inglesa é a Autorizada, ou Rei Tiago… Ela se tornou a Bíblia tradicional dos protestantes de língua inglesa. Seu estilo dignificante e belo influenciou fortemente o desenvolvimento da literatura na língua inglesa. A influência pode ser vista nas obras de John Bunyan, John Milton, Herman Melville e muitos outros escritores”.

O ator Charlton Heston disse o seguinte sobre a Bíblia do Rei Tiago em sua autobiografia:

“… A tradução da King James tem sido descrita como a grande e única obra de arte já criada por um comitê… Os autores de várias traduções cansativas que têm aparecido nos últimos 50 anos ficam murmurando que a BKJ [Bíblia do Rei Tiago] é ‘difícil’, cheia de palavras longas… Nos últimos séculos decorridos… Ela tem sido o único livro existente em muitas habitações, uma enorme força para modelar o desenvolvimento da língua inglesa. Levada através do mundo pelos missionários… Explorá-la foi uma das mais compensadoras e criativas experiências de minha vida”.

A Versão Autorizada tem sido acarinhada e lida por cristãos no mundo inteiro, desde 1611, quando ela foi publicada. Sir Winston Churchill disse:

“Os eruditos que produziram esta obra prima são na maioria desconhecidos e esquecidos. Contudo, eles construíram um laço eterno, literário e religioso, entre os povos de língua inglesa do mundo”.

A Versão Autorizada da Bíblia do Rei Tiago não é saudada apenas pela sua exatidão doutrinária, como tem sido reconhecida pela mente secular como o “Monumento da Prosa Inglesa”, por ser bonita demais no estilo e na prosa. De fato esta Bíblia foi listada nas Antologias Norton como “A Melhor Literatura do Mundo”, durante décadas.

Doenças Físicas
Mesmo tendo tido uma vida cheia de realizações, o Rei Tiago foi um homem familiarizado com o sofrimento. Ele era um homem doente, com problemas físicos em suas pernas e uma língua grande demais para a sua boca. Por causa de sua instabilidade, o Rei sofreu numerosos tombos, acidentes e ferimentos. Ele sofria de artrite deformadora, cólicas abdominais, gota, insônia, costelas sujeitas a espasmos, náuseas, diarréias freqüentes e cólicas renais. Alguns acham que ele tinha doenças congênitas do sistema nervoso. Algumas vezes as dores eram tão intensas que ele entrava em delírio.

Além da saúde precária, o Rei sofria de depressão pela perda de sua amada Rainha Anne, em 1619. Ela foi precedida na morte pelo filho mais velho do casal, o Príncipe Henry, em 1612. O Rei nunca mais deixou de sofrer dores e tristezas. O ocaso do grande monarca, o Rei Tiago I, aconteceu no dia 27/03/1625, em Theobolds Park, em Hertz, Inglaterra. Ele estava com 59 anos de idade e depois de falecido, foi sepultado na Abadia de Westminster. Ao contrário de vários monarcas escoceses, o Rei Tiago morreu em seu leito, em paz com os súditos e com os países estrangeiros. Ele também havia transferido o poder real, intacto, para um filho adulto, o que não era muito normal.

Embora ele tenha falecido há quase 400 anos, o seu legado, a Bíblia King James, continua a florescer e a trazer aos homens e mulheres de todas as idades o conhecimento da salvação que somente Jesus Cristo pode oferecer.

 

Fonte: jesus-is-lord.com - "AN INFANT KING", traduzido por Mary Schultze, em 17/06/2007. Revisado por Humberto Fontes


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