Categoria: Biografias
Imagem: Francis Asbury - Google Images
Publicado: 14 de Setembro de 2020, Segunda Feira, 13h44
Sob a pressa de sua declaração [de Asbury], as pessoas pularam de pé como se convocadas para o tribunal de Deus.
Ezra Tipple – biógrafo
Algumas pessoas o viam como um trabalhador compulsivo, outras o viam como um bispo muito dedicado com o seu trabalho. Nascido na Inglaterra, Francis Asbury se dedicou em pregar o Evangelho durante 45 anos na América realizando viagens a cavalo ou em carruagem por cerca de 300 mil milhas (aprox. 483 mil km) pregando cerca de 16.500 sermões. Ele era tão conhecido na América que todas as cartas endereçadas ao “Bispo Asbury, Estados Unidos da América” eram entregues a ele. Se houvesse um outro “Bispo Asbury” precisava mudar de nome para receber suas encomendas. E o resultado de todo esse trabalho e de toda essa fama foi por o Metodismo Americano no mapa denominacional.
Ordenação Rápida
Asbury nasceu em uma família anglicana de classe trabalhadora e chegou a abandonar a escola antes de completar 12 anos de idade para trabalhar como aprendiz de ferreiro. E foi a partir dos 14 anos de idade que ele foi “despertado” pela fé cristã.
Asbury, junto com sua mãe, participava dos cultos metodistas, onde logo começou a pregar. Quando tinha 21 anos de idade, foi nomeado pregador metodista. No ano de 1771, durante uma reunião de ministros metodistas, John Wesley perguntou: “Nossos irmãos na América clamam em voz alta por ajuda. Quem está disposto a ir e ajudá-los?”. Asbury se voluntariou.
No mês de outubro do mesmo ano, Asbury desembarcou na Filadélfia. Naquela época havia em torno de 600 metodistas norte-americanos. Em poucos dias, ele pegou a estrada já pregando a Palavra de Deus, mas se esforçou tanto que adoeceu naquele inverno rigoroso. Esse foi o início de um chato costume: nos 45 anos seguintes de seu ministério, ele sofreu de resfriados, tosses, febres, fortes dores de cabeça, úlceras e, eventualmente, reumatismo crônico, que o obrigou a mudar sua viagem missionária – descendo do cavalo e entrando numa carruagem. Ele não se importava com as suas dores físicas, pois a Palavra de Deus era o seu maior foco.
Durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos, Asbury permaneceu politicamente neutro. Para evitar de assinar um juramento negando a sua lealdade à Inglaterra e, também, para se esquivar do recrutamento norte-americano, ele decidiu ficar escondido por vários meses. “Sou considerado por alguns como um inimigo”, escreveu ele, “passível de ser apreendido pela violência e abusado.” Sendo assim, no final da guerra, Asbury se posicionou mantendo sua credibilidade com os vitoriosos americanos com o principal propósito de poder continuar com o seu ministério.
Mais tarde, John Wesley ordenou o inglês Thomas Coke como seu superintendente americano. Coke, por sua vez, ordenou Asbury na famosa “Conferência de Natal” de Baltimore em 1784, dando a origem à Igreja Episcopal Metodista Americana. Na véspera de Natal, Asbury foi consagrado diácono e, em seguida, passou a ser presbítero, já no dia 27 de dezembro tornou-se um superintendente. Mais tarde, Asbury usou o termo “bispo” apesar de não ter sido muito bem aceito por John Wesley. Como disse Coke, “Estávamos com muita pressa com muitos negócios a serem fechados em pouco tempo.” Seis meses depois Coke voltou para a Inglaterra e, depois disso, Asbury manteve as rédeas do Metodismo Americano.
Homem Organizacional
Asbury teve um dom de organização. Ele criou “distritos” de igrejas, cada um dos quais seriam dirigidos por condutores de circuito – pregadores que viajavam de igreja em igreja para ministrar, especialmente nas áreas rurais. No final do século XVIII, 95% dos americanos viviam em locais com menos de 2.500 habitantes e, portanto, a maioria não tinha acesso à igreja ou ao clero.
Esse era um dos motivos pelos quais Asbury se dedicava arduamente pela expansão missionária na fronteira do Tennessee e Kentucky – embora sua vida e de outros pregadores fossem constantemente ameaçadas por doenças e ataques indígenas. De acordo com o biógrafo Ezra Tipple, a pregação de Asbury era mais zelo do que arte, e altamente eficaz. Tipple escreveu que houve ocasiões em que “sob a pressa de sua declaração, as pessoas se puseram de pé como se fossem convocadas ao tribunal de Deus”.
Embora tenha abandonado a escola, Asbury fundou cinco escolas. Ele também promoveu escolas dominicais onde as crianças aprendiam a ler, a escrever e, também, a calcular.
Além disso, Asbury odiava a escravidão e pediu a George Washington que promulgasse uma lei anti-escravidão. “Meu espírito se entristeceu com a conduta de alguns metodistas”, escreveu Asbury, “que contratam escravos em locais públicos pela melhor oferta, para cortar a pele e metá-los de fome.”
Asbury se esforçou até o fim. Depois de pregar o que seria seu último sermão, ele estava tão fraco que precisou ser carregado até sua carruagem. Nesta ocasião, o Metodismo alcançava 200 mil fiéis. Seu legado continuou com 4 mil pregadores metodistas que ele ordenou: na Guerra Civil, os metodistas americanos somavam 1,5 milhão.
Linha do Tempo
1735 – George Whitefield se converteu;
1738 – As conversões evangélicas de John e Charles Wesley;
1742 – Primeira produção do oratório Handel`s Messiah;
1745 – Nascimento de Francis Asbury;
1816 – Falescimento de Francis Asbury;
1827 – J. N. Darby funda Assembléias dos Irmãos (ou Irmãos de Plymouth);
Fonte: CT - Christianity Today / Tradução: Marcell de Oliveira