DIETRICH BONHOEFFER (1906-1945)


Categoria: Biografias
Imagem: Dietrich Bonhoeffer em uma escapadela de fim de semana com confirmações da congregação da Igreja de Sião (1932) - Stringfixer
Publicado: 27 de Janeiro de 2016, Quarta Feira, 19h57

Dietrich Bonhoeffer (1906-1945), também conhecido como Mártir Bonhoeffer, foi um alemão Luterano; Pastor; Escritor; Poeta; Músico; Teólogo; Fundador da Bekennende Kirche (Igreja Confessante ou Confessional); e Integrante da Resistência Alemã contra o Nazismo.

“Eu [Jesus] Sou a videira, e vocês são os ramos. Quem está unido Comigo e Eu com ele, esse dá muito fruto porque sem Mim vocês não podem fazer nada.” (João 15:5, NTLH, SBB).

“Ora, vocês são o Corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas. São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Têm todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam? / Entretanto, busquem com dedicação os melhores dons. Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente.” (1ª Coríntios 12:27-31, NVI, SBI).

“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” (1ª Coríntios 13:13, VRA, SBB).

Dietrich Bonhoeffer nasceu em 1906 na cidade de Wroclaw, também conhecida como Breslau, na Baixa Silésia que foi dominada no período medieval pela Polônia, Boêmia, Áustria, Prússia e Alemanha. Depois de 1945, a região foi dividida entre a Polônia e a Alemanha.

Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), inicialmente, a cidade foi preservada dos bombardeios anglo-americanos, mas com o avanço das tropas russas no inverno de 1945, a cidade foi cenário do enfrentamento dos exércitos que provocou baixas no exército soviético e muitas vítimas civis na cidade de Breslau que foi completamente destruída.

A família Bonhoeffer pertencia à classe média alta com proeminência em vários segmentos da sociedade.

Sua mãe, Sra. Paula von Hase (1874-1951), era filha da Condessa von Clara Kalckreuth e do Sr. Karl Alfred von Hase (1842-1914), que era filho do Sr. Karl August von Hase (1800-1890), famoso pregador, historiador e teólogo Protestante.

Seu pai, Sr. Karl Ludwig Bonhoeffer, foi um alemão neurologista e psiquiatra. Exerceu a função de diretor no Hospital Psiquiátrico das Universidades de Breslau e de Berlim. Também foi escritor, publicando diversos estudos e artigos sobre os problemas psiquiátricos existentes na sua época. Alcançou especialização em psiquiatria atuando em muitas ações judiciais de interesse estatal. Trabalhou nos programas de esterilização, eugenia e eutanásia no governo do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, mas conhecido como Partido Nazista que foi conduzido ao poder através de Adolf Hitler em 1933.

Durante a sua adolescência, Dietrich Bonhoeffer, decidiu seguir a vocação pastoral, aceitando as convicções do Protestantismo-Luterano, mas a sua família ficou surpresa e frustrada com a decisão do jovem Dietrich.

Seu irmão mais velho comentou acerca da sua decisão: “não desperdice sua vida com uma instituição como a igreja, pobre, fraca e chata”. Dietrich Bonhoeffer, com apenas 14 anos de idade, respondeu: “Se o que você diz é verdade, então vou reformar novamente a Igreja”.

Bonhoeffer, com 21 anos, alcançou doutorado em Teologia na Universidade de Berlim e estudou na Union Theological Seminary em Nova York.

Em 1931, depois do seu retorno da América para a Alemanha, experienciou uma conversão pessoal, deixando de ser um teólogo atraído pela intelectualidade do cristianismo para vivenciar e praticar os princípios bíblicos, dedicando o seu tempo para o exercício da fé e da piedade através do ensino do Evangelho de Cristo. No mesmo ano, no dia 15 de Novembro, foi ordenado pastor em Berlim.

Em 1933, a carreira acadêmico-eclesiástica foi abruptamente interrompida pela ascensão do regime Nazista. No mês de Abril do mesmo ano, Bonhoeffer assumiu a posição de resistência ao governo de Hitler, criticando a perseguição aos judeus e o posicionamento do Führer (Líder).

Hitler intimidou muitos líderes cristãos e pressionou muitas “igrejas” independentes do governo. A Igreja Confessante liderada pelos pastor Bonhoeffer era pequena, mas representava forte oposição cristã ao regime Nazista. Sempre declaravam “Cristo, não Führer, é o cabeça da Igreja”. Mas, infelizmente, muitos segmentos do Protestantismo-Alemão seguiram Hitler e fundaram a Igreja Evangélica Alemã, influenciada pelo Nacionalismo e pela obediência tradicional para a autoridade do Estado, como Igrejas Estatais, aceitando a nazificação das igrejas. Em 1933, o Sínodo da Igreja Nacional em Wittenberg aprovou um Parágrafo Único que proibia pessoas não-arianas de receberem as mensagens paroquiais. Quando ofertaram para Bonhoeffer um posto na paróquia da Berlim Oriental, ele recusou como forma de protesto contra a condução Nazista.

Dietrich Bonhoeffer, com 27 anos de idade, ficou frustrado com o posicionamento dos líderes cristãos na Alemanha. Alguns era apolíticos, deixando de exercer influência na sociedade. Outros, exerciam influências políticas para benefício próprio, assumindo alianças perigosas para o cristianismo.

Quando os grupos cristãos independentes foram declarados ilegais e muitos seminários foram fechados, Mártir Bonhoeffer publicou o livro “O Custo do Discipulado” acerca do Sermão da Montanha, comparando e confrontando a “Graça Barata” e a “Graça Cara”.

Bonhoeffer ministrou clandestinamente seminários e cultos durante dois anos percorrendo várias aldeias da Alemanha Oriental. Ajudava e encorajava os seus alunos que serviam ilegalmente nas pequenas paróquias para ministrarem cultos.

Em 1938, Mártir Bonhoeffer, contatou integrantes da Resistência Alemã que buscavam a derrubada do Führer Adolf Hitler.

Dietrich Bonhoeffer foi proibido de falar em público, precisando informar as suas atividades ao governo com regularidade. Em 1941, foi proibido de escrever, imprimir e publicar.

Mártir Bonhoeffer dizia:

“O sangue dos Mártires pode ser exigido mais uma vez, e se realmente temos a coragem e a lealdade ao Senhor, aquele homem que derramar tal sangue não será inocente, mas o nosso testemunho brilhará como das primeiras testemunhas da fé em Cristo. Caso contrário, no nosso sangue ficará pesada a culpa, a culpa do servo inútil que é lançado nas trevas exteriores.”

Bonhoeffer foi preso pelo regime Nazista. Na prisão, continuou ministrando o Evangelho de Cristo aos guardas e prisioneiros.

Mártir Bonhoeffer foi condenado à morte no dia 8 de Abril de 1945. Foi executado por enforcamento na madrugada do dia seguinte, duas semanas antes dos soldados americanos invadirem o campo de concentração e libertarem os prisioneiros.

O médico que trabalhava no campo de concentração, escreveu:

“Eu vi o Pastor Bonhoeffer ajoelhado no chão, orando fervorosamente ao seu Deus. Fiquei muito comovido pela forma como esse homem orava, tão devoto e com a certeza que o seu Deus estava ouvindo a sua oração. No local da execução, ele novamente fez uma pequena oração e então subiu corajoso os poucos degraus para a forca. Sua morte se seguiu após alguns segundos. Nos quase cinquenta anos em que trabalhei como médico, nunca vi um homem morrer completamente submisso à vontade de Deus.”

SUAS PALAVRAS:

“Somos testemunhas silenciosas de maldades. Somos encharcados por muitas tempestades. Aprendemos as artes do equívoco e da pretensão. A experiência nos faz desconfiar uns dos outros, impedindo de expressarmos a verdade. Os conflitos intoleráveis nos colocaram para baixo como cínicos. Ainda temos alguma utilidade?”

“O teste de moralidade de uma sociedade, é o que ela faz com as suas crianças.”

“O primeiro serviço que alguém deve ao outro na comunidade é ouvi-lo. Assim como o amor a Deus começa com o ouvir a Sua Palavra, também o amor ao irmão começa quando aprendemos a escutá-lo. É prova do amor de Deus para conosco que não apenas nos dá a Sua Palavra, mas também nos empresta o ouvido. Portanto, a obra de Deus é realizada na vida do meu irmão quando aprendo a ouvi-lo. Os cristãos e, principalmente, os pregadores, sempre acham que tem algo a ‘oferecer’ quando estão na companhia de outras pessoas, como se isso fosse o seu único serviço. Esquecem que ouvir pode ser um serviço maior do que falar. Muitas pessoas procuram um ouvido atento, e não o encontram entre os cristãos, porque esses falam quando deveriam ouvir…”

“Se você tomar o trem errado, de nada adiantará andar pelo corredor no sentido contrário.”

 

Fonte: http://www.dbonhoeffer.org / Sociedade Internacional Bonhoeffer - http://www.sociedadebonhoeffer.org.br/index.htm; Memorial Museum United States Holocaust Dietrich Bonhoeffer http://www.ushmm.org/museum/exhibit/online/bonhoeffer/; Retirado do site: Morgado, Um Cristão!


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