CELINA ALBUQUERQUE (1874-1969)


Categoria: Biografias
Imagem: Celina Albuquerque - Fuxico Gospel
Publicado: 18 de Outubro de 2009, Domingo, 18h00 - 2 comentários

Primeira em solo brasileiro a ser batizada com o Espírito Santo

Nasceu em Manaus, AM, a 19 de setembro de 1874, filha de José Martins Cardoso e de Cândida Rosa de Aguiar Cardoso. Casou-se aos 25 anos de idade, no dia 25 de setembro de 1899, com Henrique Albuquerque que, como seu sogro, era prático em navegação nos rios amazônicos.

No Pará, converteu-se a Cristo, na Primeira Igreja Batista de Belém que, na época, era pastoreada por Almeida Sobrinho, por quem Celina foi batizada, no batistério do templo à rua João Balby, 406.

Em 1910, chegaram os pioneiros do Movimento Pentecostal, que começaram a ensinar a doutrina do Espírito Santo que traziam em seus corações. Celina se interessou pelo que eles pregavam e, crendo na verdade, passou a buscar a promessa de Jesus Cristo.

Com a idade de 95 anos, a fiel anciã foi chamada ao descanso eterno, a 27 de março de 1969, em Belém do Pará.

Celina Albuquerque e Maria de Nazaré foram as primeiras a declarar que aceitavam a promessa registrada em Atos 2.17-18: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão sonhos vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão…“. Elas se propuseram a permanecer em casa, em oração, até que Deus as batizasse com o Espírito Santo.

À uma hora da manhã do dia 8 de junho de 1911, em sua residência na rua Siqueira Mendes, 79 (atual 161), Celina Albuquerque foi a primeira pessoa, em solo brasileiro, a ser batizada com o Espírito Santo. Estava confirmada a verdade pregada pelos missionários, que anunciavam um novo batismo.

Logo ao amanhecer, a irmã Nazaré apressou-se a ir à casa de José Batista de Carvalho, na av. São Jerônimo, 224, levando consigo a boa nova de que a irmã Celina recebera a promessa conforme a Palavra de Deus. Na casa de José Batista estavam reunidas várias pessoas, entre elas Manoel Maria Rodrigues, diácono da Igreja Batista. Ele declarou mais tarde: “Foi nesse momento que ouvi falar e cri no batismo com o Espírito Santo“. Maria de Nazaré, no dia seguinte, teve a mesma experiência: era batizada com o Espírito Santo.

Imediatamente, todos os membros da igreja tiveram conhecimento do fato e algumas pessoas resolveram ir à casa de Celina, a fim de averiguarem pessoalmente o que estava acontecendo. Entre os interessados estavam os irmãos José Plácido da Costa, diácono e superintendente da Escola Dominical; Antônio Marcondes Garcia e esposa; Antônio Rodrigues e Raimundo Nobre, seminaristas.

Os dois missionários não silenciaram, continuando a pregar a Palavra de Deus. Realizavam reuniões de oração onde moravam, local agora muito visitado pelos membros da igreja. O clima naquela pequena comunidade evangélica era de tensão. Formaram-se dois grupos: o daqueles que aceitavam a doutrina pregada pelos missionários e se mantinham firmes nas suas opiniões e o grupo daqueles que rejeitavam a doutrina do batismo com o Espírito Santo e não se conformavam com a presença dos missionários no seio da igreja.

Entre os cooperadores da primeira hora, na obra pentecostal no Brasil, encontram-se algumas mulheres que, como desprendimento e heroísmo, enfrentaram os maiores desafios. Elas se puseram como verdadeiras colunas, como vasos de ouro nas mãos de Deus.

Celina Albuquerque destacou-se entre elas. Sua bravura evidenciou-se em episódios como o descrito por A. P. Franklin, autor de Entre Crentes Pentecostais e Santos Abandonados na América do Sul, citado em O Diário de um Pioneiro. Reporta-se a um incidente ocorrido em 13 de novembro (de 1911), por ocasião de um batismo, quando grande multidão, armada com facas e laços, estava decidida a impedir a cerimônia. O escritor começa a informar: “Os primeiros batismos eram feitos todos em segredo, geralmente, às onze horas da noite, pois não havia nem templos nem tanques batismais“. E prossegue: “Mas um dia criaram coragem e anunciaram um batismo público a beira-rio. Isso deu tempo para que os inimigos se preparassem. Vieram então várias centenas de homens e pensavam que com violência poderiam impedir o ato sagrado. O líder veio à frente carregando uma cruz. Os poucos crentes que estavam reunidos compreenderam o perigo naquele momento e temeram que sangue fosse derramado, Vingren procurou ler a Bíblia, mas foi impedido. Procurou outra vez, mas o líder tirou o seu punhal e se preparou para lançar contra ele“.

Neste instante, a irmã Celina interveio colocando-se entre os dois, e esse gesto salvou-lhe a vida. Então veio a inesperada providência de Deus: o Senhor fez com que um outro católico, pessoa idosa e respeitável, se impusesse, a gritar: “Chega! Deixem que eles tenham a sua cerimônia“. O líder do grupo intentava concretizar a ameaça, mas sem o mesmo ímpeto foi contido pela palavra do missionário: “Eu faço somente o que Deus quer!“. E mesmo sob os riscos, que continuavam, o ato se realizou. E Deus deu o livramento.

Ao ser batizada no Espírito Santo, Celina começou a despertar os irmãos no sentido de lhe seguirem o exemplo, havendo sido, por conseguinte, um marco esplendoroso.

Texto
Página comemorativa dos 100 anos da CGADB
As Assembleias de Deus no Brasil – Sumário Histórico Ilustrado, com texto de Juanyr de Oliveira, CPAD, 1ª edição, 1997.

História das Assembleias de Deus no Brasil, CPAD, 2ª edição, 1982.

 

Fonte: ALETHEIA (Agradecimentos: Deise Meira Ardisson)


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