Categoria: Acervo
Imagem: Jacó Armínio - Revista Clube de Sabedoria
Publicado: 11 de Julho de 2016, Segunda Feira, 20h20 - 1 comentário
Com base na teologia arminiana clássica, eu defino livre-arbítrio como a “capacidade de fazer escolhas contrárias à maior influência recebida”. Esse conceito é provado por Romanos 7, em que Paulo fala: “Aquilo que quero, isso não faço“. Ou seja, o homem é capaz de fazer escolhas contrárias (escolher o pecado) à maior influência recebida (graça de Deus). Esse conceito é chamado de “livre-arbítrio libertário” e se divide em dois tipos:
1. Livre-arbítrio para questões NATURAIS: beber água ou Coca.
2. Livre-arbítrio para questões ESPIRITUAIS: crer em Deus ou rejeitá-lo.
SOBRE O NÚMERO 1: o homem “natural” possui livre-arbítrio para questões naturais (ou não-espirituais) e um bom exemplo disso é a afirmação do próprio Cristo: “vós que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos“. Apesar da maior influência recebida (maldade originada na Queda), o homem mau consegue dar boas coisas aos seus filhos. Todos nós concordamos que o homem não é tão mau quanto poderia ser. Mesmo sendo mau, ele consegue fazer boas ações no campo natural: fazer boas músicas, ser solidário e gentil etc. Então, ele tem “livre-arbítrio para questões naturais”, uma vez que conceituamos o livre-arbítrio como sendo a “capacidade de fazer escolhas contrárias à maior influência recebida”. Em outras palavras, escolher o que é bom – no âmbito não-espiritual – mesmo sendo mau.
SOBRE O NÚMERO 2: o homem, em seu estado caído, não possui livre-arbítrio para questões espirituais. Isto é, ele não pode – por conta própria – escolher Deus. O livre-arbítrio do homem está completamente dominado pelo pecado, e isso faz uma separação entre o homem e Deus. Por conta própria, ele só pode rejeitar Deus – e o faz frequentemente. O livre-arbítrio para questões espirituais está submerso em depravação: nada tem de livre. O arbítrio é escravo da natureza pecaminosa, não-redimida.
Diante da nossa incapacidade, é a graça de Deus que liberta o nosso arbítrio! Não creio em livre-arbítrio para escolher Deus, mas em ARBÍTRIO LIBERTO PELA GRAÇA. O homem só passa a possuir o livre-arbítrio para questões espirituais quando ouve o Evangelho e é iluminado, adquirindo a capacidade de crer em Deus. O livre-arbítrio é um dom de Deus! “A fé vem pelo ouvir”. A Palavra de Deus liberta o arbítrio do homem e, milagrosamente, capacita o homem a crer no Senhor Jesus. Sem a graça, ele só pode odiar a Deus! Mas a Boa Nova nos diz que a “graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”. Então, temos que é impossível crer em Deus se Ele não nos atrair (João 6:44) e também temos que essa atração (graça) é disponível a todos (João 12:32 e Tito 2:11). Mas essa graça é irresistível? Se assim fosse, todos seriam salvos, afinal, a atração da graça é destinada a todos. Como nem todos serão salvos, temos que a graça é resistível, conforme Mt 23:37 e At 7:51. Então, os que resistem à graça serão condenados, não porque Deus não deu a graça suficiente à salvação, mas porque eles resistiram a ela e não creram em Cristo. É por isso que o inferno vai estar cheio de gente que, livremente, optou por ele. Por outro lado, os que receberam de bom grado o “presentaço” da salvação, ou seja, aqueles que livremente não resistiram à graça dada e creram em Cristo vão para o céu.
Aqui alguns podem objetar, dizendo que esse entendimento da salvação coloca o “homem no centro”, a “fé como obra meritória da salvação” e até mesmo “salvação por obras”. Eu discordo dessas três objeções. PRIMEIRO, o homem só pode exercer fé se Deus o capacitar primeiro. Isso, por si só, já tira todo o mérito do homem. Somente pela Sua Graça que podemos crer n’Ele! SEGUNDO, ninguém pode dizer “me elogiem, me elogiem porque eu estava endividado até os ossos e o Sílvio Santos me deu um cheque milionário: elogie-me, eu mereço elogios, afinal, eu aceitei um cheque milionário do Sílvio Santos que pagou todas as minhas contas”. Que mérito há naquele que simplesmente aceita um presente? Antes, o mérito está naquele que graciosamente deu o presente: nesse caso, o Silvio Santos, que não tinha razões para presentear ninguém, mas presentou. Em nosso caso, todo o mérito está naquele que deu o presente, e não naquele que aceitou o presente. O mérito está no Pai que deu Seu Filho Unigênito “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna“. TERCEIRO, a fé não é uma obra! Salvação por obra, sim, mas só se for a obra de Cristo, unicamente, infalivelmente e eternamente.
Por um Cristianismo com Cristo, Lucas Martins.
Fonte: ??? Não encontramos fonte. O presente texto foi encontrado em um arquivo PDF salvo no nosso computador. Não lembramos de onde pegamos. Caso o autor (Lucas Martins) encontre esta página, favor entrar em contato para que caso tenha um site/blog, seja colocado como fonte.