AS CARTAS PAULINAS [PARTE 4] GÁLATAS


Categoria: Acervo
Imagem: Apóstolo Paulo escrevendo uma carta - Catholic Outlook
Publicado: 30 de Novembro de 2009, Segunda Feira, 23h25

GÁLATAS
Uma família cheio de ímpeto que executa cuidadosamente seu plano de fuga à meia-noite e corre para a fronteira… um homem que do lado de fora dos muros da prisão respira ar fresco e se deixa banhar pelo sol… uma jovem que ostenta todos os traços de uma droga devastadora da qual acabou de ser liberta… todas essas pessoas estão livres. E, com uma renovada antecipação, podem agora iniciar uma vida nova.

Quer na fuga da opressão, na liberação da prisão ou na quebra de um hábito sufocante, a liberdade significa vida. Não existe maior felicidade do que saber que o passado foi esquecido e que novas opções nos aguardam. As pessoas anseiam pela liberdade.

O livro de Gálatas representa nosso alvará para a liberdade cristã. Nesta tão profunda carta, Paulo proclama a realidade de nossa liberdade em Cristo – livres da lei e do poder do pecado, e para servir ao nosso Senhor, que é vivo e presente.

A maioria dos primeiros convertidos e líderes da Igreja Primitiva era formada por judeus cristãos que proclamavam Jesus como seu Messias. Como judeus cristãos, lutavam contra uma dupla identidade. Sua tradição judaica os obrigava a ser rígidos seguidores da lei, mas sua recém-encontrada fé em Cristo os convidava a celebrar uma santa liberdade. Estavam curiosos por saber como os gentios (aqueles que não eram judeus) podiam fazer parte do Reino do Céu.

Essa controvérsia dividia a Igreja Primitiva. Os judaizantes – uma facção de judeus extremistas dentro da igreja – ensinavam que os cristãos gentios eram obrigados a obedecer às leis e tradições judaicas, além de sua fé em Cristo. Paulo, como missionário para os gentios, teve muitas vezes que enfrentar essa questão.

Portanto o livro dos Gálatas foi escrito para refutar esses judaizantes e levar os crentes a viverem o evangelho puro e original. As Boas Novas são, igualmente para todos os povos – gentios e judeus. A salvação é pela graça de Deus, pela fé em Jesus Cristo, e nada demais. A fé em Cristo significa ter a verdadeira liberdade. Depois de uma breve introdução (1.1-5), Paulo dirige-se àqueles que aceitavam o evangelho deturpado dos judaizantes (1.6-9). Ele faz um resumo da controvérsia e inclui um confronto pessoal que teve com Pedro e outros líderes (1.10-2.16). Em seguida, aludindo à sua conversão, o apóstolo demonstra que a salvação só pode ser alcançada pela fé (2.17-21), apela para a própria experiência dos leitores do evangelho (3.1-5) e mostra que o Antigo Testamento ensina sobre a graça (3.6-20). Em seguida, explica o propósito das leis de Deus e o relacionamento entre a lei, as promessas de Deus e Cristo (3.21-4.31).

Tendo colocado seus fundamentos, Paulo estabelece argumentos da liberdade cristã. Somos salvos pela fé, e não por guardarmos a lei mosaica (5.1-12); nossa liberdade significa que somos livres para amar-nos e servir-nos mutuamente, e agirmos corretamente (5.13-26); os cristãos devem ajudar-se mutuamente a desempenhar as suas responsabilidades (6.1-10) e ser bons uns aos outros (6.1-10). Em 6.11-18, Paulo expõe seus pensamentos finais.

Ao ler a epístola aos Gálatas, procure entender esse conflito do primeiro século entre a graça e a lei, ou entre a fé e as obras, mas esteja também consciente dos exemplos e dos paralelos modernos. Como Paulo, defenda a verdade do evangelho e refute todos aqueles que pretendem aumentar, modificar ou “torcer” essa verdade. Você é livre em Cristo – venha para a luz e comemore!

Informações Essenciais
Propósito – Refutar os judaizantes (que ensinavam que os crentes gentios deveriam obedecer à lei judaica a fim de se salvarem) e conclamar os cristãos à fé e à liberdade em Cristo.

Autor – Paulo.

Destinatários – As igrejas do Sul da Galácia fundadas na primeira viagem missionária de Paulo (incluindo Icônio, Listra e Derbe) e os cristãos de toda a parte.

Data – Aproximadamente no ano 49 d.C., em Antioquia, e antes do Concílio de Jerusalém (no ano 50 d.C.).

Panorama – A controvérsia mais urgente na Igreja Primitiva era o relacionamento entre os novos crentes, particularmente os gentios, e as leis judaicas. Esse era especialmente um problema para os convertidos e para as jovens igrejas que Paulo havia fundado em sua primeira viagem missionária. Paulo escreveu para corrigi-lo. Mais tarde, no Concílio de Jerusalém, esse conflito foi oficialmente esclarecido pelos líderes da igreja.

Versículo Chave – “Estais, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (5.1).

Pessoas Chave – Paulo, Pedro, Barnabé, Tito, Abraão e os falsos mestres.

Lugares Chave – Galácia e Jerusalém.

Características Particulares – Esta carta não foi dirigida a nenhum grupo restrito de crentes; ela provavelmente circulou por diversas igrejas da Galácia.

 

Fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal Almeida Revista e Corrigida, CPAD.


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