APÓSTOLO PAULO [PARTE 2] A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA


Categoria: Acervo
Imagem: As Viagens Missionárias do Apóstolo Paulo - Artigos Religiosos
Publicado: 31 de Janeiro de 2009, Sábado, 17h28

A Segunda Viagem Missionária de Paulo (15.36-41)
Dirimidas as dúvidas quanto à questão dos judaizantes, Paulo e Barnabé concordaram em fazer uma visita às igrejas estabelecidas durante a primeira viagem missionária que haviam feito. Porém, João Marcos foi ponto de discórdia entre ambos.

João Marcos, Uma Causa de Dissensão
Barnabé decidira levar João Marcos com eles. Paulo por sua vez rejeitou a idéia, alegando que João Marcos os havia deixado em meio à viagem anterior, voltando a Jerusalém. Tal contenda causou a divisão entre ambos. Barnabé acompanhado de João Marcos foi novamente a Chipre, enquanto que Paulo levando Silas em sua companhia saiu a percorrer a Ásia Menor, visitada durante a primeira viagem missionária, e entregando às igrejas, cópias da decisão apostólica tomada na assembléia de Jerusalém (cap. 15).

Paulo Encontra Timóteo e Lucas
Partindo de Antioquia, Paulo e Silas chegaram a Listra. Ali Paulo encontrou Timóteo e tanto se agradou dele que o levou consigo. Timóteo veio a se tornar fiel amigo e companheiro de Paulo nos anos seguintes. Saindo de Listra, Paulo, Silas e agora Timóteo, ao que parece, planejaram ir a Éfeso, porém, Deus lhes impediu. Depois planejaram ir à Bitínia, mas outra vez Deus lhes impediu. Então se dirigiram a Trôade. Essa cidade ficava perto da antiga Tróia. Em Trôade, Paulo teve a visão com o varão que o rogava: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (16.9). No versículo 10 do capítulo 16 o escritor (Lucas) deixa de usar o pronome “ele” e passa a usar o pronome “nós”, parece que sugerindo que em Trôade, Lucas ajuntou-se a Paulo e seus companheiros.

Paulo Chega a Filipos
De Trôade, eles seguiram para Filipos (16.11-40). A primeira pessoa convertida nessa cidade foi Lídia, negociante de púrpura, vinda de Tiatira. Possivelmente foi ela a organizadora da igreja naquela cidade.

Filipos foi a primeira igreja fundada por Paulo na Europa, uma das suas igrejas mais fiéis, talvez a única, da qual recebeu ajuda pelos seus trabalhos. Ali ficou Lucas, o qual voltou a ajuntar-se a Paulo seis anos depois. Cinco anos mais tarde, Paulo escreveu sua carta à igreja que estava nessa cidade. Não podemos nos esquecer que foi ainda na cidade de Filipos que se deu a dramática conversão do carcereiro (16.27-40).

Paulo Vai Mais Além
Da cidade de Filipos seguiram para a maior cidade da Macedônia, Tessalônica (17.1-9). Tessalônica ficava a uns 160 quilômetros a oeste de Filipos. Lá muita gente se converteu, e seus inimigos acusaram-nos de “transtornar o mundo”, elogio que não foi pequeno à magnitude de sua obra.

Partindo de Tessalônica, foram a Beréia (17.10-14), que ficava a uns 80 quilômetros a oeste daquela cidade. Ali Paulo teve um ministério bem aceito, pois os bereanos mostraram-se receptivos às verdades das Escrituras.

Da Beréia Paulo alcançou a grande cidade de Atenas (17.15-34), na Grécia. Foi onde Paulo teve a mais fria recepção ao longo de sua viagem. Nessa cidade Paulo pregou o conhecido sermão sobre o DEUS DESCONHECIDO. Partindo dali, Paulo seguiu para Corinto (18.1-18), uma das principais cidades do Império Romano. Lá Paulo ficou quase dois anos, durante os quais estabeleceu uma forte igreja.

Paulo Volta a Jerusalém
Saindo de Corinto, Paulo voltou a Jerusalém e, posteriormente a Antioquia. No caminho de volta visitou rapidamente a cidade de Éfeso (18.19), na época com uma população de, aproximadamente 225.000 habitantes. Era a metrópole da Ásia Menor, e importante. Ficava à margem da estrada imperial que ia de Roma para o Oriente, sede do culto a Diana.

Seguindo de Éfeso foram a Cesaréia, daí a Jerusalém e a Antioquia. “Havendo passado ali algum tempo, saiu, atravessando sucessivamente a região da Galácia e Frigia, confirmando todos os discípulos” (18.23).

Paulo Chega a Atenas (17.16-34)
Em sua segunda viagem missionária, partindo de Beréia, Paulo chegou a Atenas (17.15-34), cidade de Péricles, Sócrates, Demóstenes e Platão. Durante mil anos, de 500 a .C., a 500 d.C., foi o centro da filosofia, da literatura, da ciência e da arte; a sede da maior universidade do mundo. Atenas era regida por um conselho denominado “Areópago”. Esse conselho tinha também autoridade sobre tudo o que era ensinado. Atenas era o que poderíamos chamar, uma cidade religiosa – suas ruas eram cheias de ídolos, altares e templos.

Vários séculos antes, essa cidade fora censurada pelos seus estadistas, por se interessar mais em ouvir contar novidades do que dar atenção a assuntos de real importância. Para Paulo, sobretudo, era doloroso ver uma cidade tão culta envolvida em extrema idolatria. Aqui dissertara não apenas entre os judeus na sinagoga, como também entre os atenienses na praça, a “ágora”, centro da vida ateniense.

A “ágora” era uma área aberta, no centro da cidade, cercada de edifícios públicos, templos dos deuses principais, Senado e Tribunal de Justiça, e também os pórticos que eram usados para as operações de câmbio. Era um lugar freqüentado pelos homens de negócio.

O Discurso de Paulo
Na “ágora”, Paulo disputara com os adeptos das duas mais ilustres escolas de Atenas formadas pelos estóicos e epicureus; aqueles buscando a autosuficiência como o mais elevado bem; os últimos, buscando o prazer. Aos epicureus, Paulo parecia pregador de estranhos deuses (v.18), pelo que levaram-no à corte do Areópago, para que expusesse o seu ensino.

Quando Atenas tornou-se uma democracia, no V século antes de Cristo, grande parte do poder dessa corte, que fora fundada, segundo a tradição, pela padroeira da cidade – a deusa de Atenas – foi abatida. Porém, ela conservou grande prestígio, que tendia a crescer sob os romanos. Há evidência de que por essa época uma das suas funções era examinar e licenciar preletores públicos.

O discurso de Paulo perante aquele grupo de pessoas, como vem narrando Lucas, começou com uma referência ao altar dedicado ao DEUS DESCONHECIDO: “passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse pois que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio” (At 17.23). Paulo declarou, pois, que a sua missão era tornar conhecido esse Deus que todos os atenienses adoravam sem conhecê-lo. Paulo enfatizou que Deus não devia ser adorado segundo o sistema idolátrico de Atenas e do mundo pagão em geral. E prosseguiu conclamando a todos a se arrependerem, porquanto Deus “tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou” (v.31).

Reação ao Discurso de Paulo
Cristo, o Homem designado para executar esse juízo, havia ressurgido dentre os mortos. Os ouvintes, que até então haviam se mostrado interessados nas palavras de Paulo, passaram a uma segunda posição: não concordaram com ele, ao mencionar “ressurreição”. E passaram a escarnecer e zombar do que Paulo dizia. A imortalidade da alma era um ponto comum das diversas escolas filosóficas de Atenas, mas a ressurreição do corpo era para eles tão absurda quanto indesejável.

Ainda hoje a ressurreição dos mortos é uma pedra de tropeço para muitos, assim como era para os atenienses; no entanto é essencial à genuína fé cristã.

Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Damaris e, com eles, outros mais” (v. 34).

Paulo em Corinto (18.1-28)
Saindo de Atenas, Paulo foi para Corinto, grande cidade comercial. Era a maior cidade de todas as cidades que Paulo visitara. Depois de sua destruição pelo general romano Múmio, no ano 146 a .C., ficou em ruínas durante 100 anos, até que em 46 a .C., Julio César a reedificou como colônia romana. Por muito tempo foi conhecida como uma cidade de extrema imoralidade. A imoralidade era até consagrada pela religião como uma forma de culto. Nela fora edificado um templo dedicado a Afrodite, a deusa do amor. Nesse templo haviam prostitutas “consagradas” e dedicadas ao culto da orgia e da imoralidade.

Paulo Funda Uma Igreja em Corinto
Paulo conhecia a importância de fundar uma igreja naquela cidade, pelo que passou ali dezoito meses. Nessa cidade encontrou o casal Áquila e Priscila, que lhe prestou relevante auxílio em seus trabalhos posteriores.

Seu ministério na cidade de Corinto começou na própria sinagoga da cidade, mas não tardou muito, para que os judeus fechassem as suas portas para ele. Então Tito Justo “que servia a Deus”, abriu as portas da sua casa e Paulo passou a pregar ali “e muitos dos corintos, ouvindo-o, creram e foram batizados” (v. 8b). merece destaque a conversão de Crispo – principal da sinagoga, juntamente com toda a sua família (v. 8).

Paulo Sofre Oposição dos Judeus
Os opositores, todavia, permaneciam firmes no propósito de impedir os passos de Paulo, pelo que tomando-o, levaram-no à presença de Gálio. Todo esforço dos inimigos de Paulo, foram baldados. Gálio era um tipo singular. Era irmão muito estimado de Sêneca, o filósofo estóico e tutor de Nero. Ele governou a Acaica do ano 51 a 52 d.C.

Os acusadores de Paulo foram frustrados em seus intentos junto ao governador. Este nada podia fazer contra Paulo, uma vez que as acusações prendiam-se a questões religiosas e não à desobediência da lei romana. Portanto, estava fora da sua competência julgar o apóstolo.

Evidentemente a atitude dos judeus para com Sóstenes (v. 17) – o principal da sinagoga – evidenciava todo o rancor que os gregos alimentavam contra os judeus. Se este Sóstenes é o mesmo de 1 Coríntio 1.1, ele tornara-se cristão, tal como aconteceu com Crispo, seu antecessor. O tesoureiro da cidade, Erasto, também tornou-se cristão (Rm 16.23).

Paulo Deixa Corinto
Na primavera do ano 52, Paulo deixou Corinto para uma rápida visita a Jerusalém, onde pretendia passar a páscoa. A caminho, passou por Éfeso, sem contudo se demorar ali, contrariando os discípulos daquela cidade. Contudo, ficara a promessa de um retorno àquela cidade, o que se cumpriu, conforme veremos na próxima Lição.

Entrementes, um judeu alexandrino, de nome Apolo, versado nas Escrituras do Antigo Testamento, e também na história de Jesus – o Messias, estava despertando o interesse na sinagoga de Éfeso, com palavras de grande poder.

Como Apolo conhecia apenas o batismo de João, Áquila e Priscila, apressaram-se por ensinar-lhe o caminho do Senhor com mais precisão – ensinos que ambos haviam recebido de Paulo. Devidamente preparado, Apolo decidiu seguir para a Grécia, mas os irmãos recomendaram-no à igreja de Corinto. Seu trabalho foi de tão proveito para aquela igreja, que Paulo mais tarde escreveu: “Eu plantei, Apolo regou” (1 Co 3.6). Estas palavras de Paulo foram escrita em razão dos partidos que estavam se formando no seio da igreja de Corinto, em torno das pessoas de Paulo e Apolo, os quais, na verdade, nada mais foram naquela igreja que instrumentos pelos quais Deus operou a edificação da igreja. Entre eles não havia rivalidade.

 

Fonte: O Livro de Atos, EETAD.


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